Escrito por

#Destaques | 06/02/2023

Terceirizados da REFAP, em Canoas, durante assembleia geral na manhã desta segunda-feira (06). Foto: Rafaela Amaral / STIMMMEC

A greve dos terceirizados da REFAP, em Canoas, parece estar longe de um desfecho. Na manhã desta segunda-feira (06), a maioria dos trabalhadores e trabalhadoras deliberam, por meio de uma nova assembleia geral, a continuidade do movimento de paralisação, que adentra o 8º dia.

Na sexta-feira (03), após o grupo rejeitar por unanimidade a proposta negociada junto a uma mediação o TRT4 de Porto Alegre no dia 02 de fevereiro, uma medida liminar despachada pelo desembargador Ricardo Martins Costa determinou o retorno ao trabalho a partir de hoje, com previsão de multa diária de R$ 200,00, a ser dividida entre o Sindicato e cada trabalhador que descumprir a medida.

Comissão julga abusiva postura do Tribunal

Durante a assembleia desta manhã, conduzida pelos sindicatos que estão a frente das negociações (Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita e Construção Civil de Porto Alegre), a decisão do Tribunal foi duramente criticada pela comissão dos terceirizados.

Os integrantes argumentam que a multa imposta pelo TRT4 é abusiva, na medida em que só aumenta a penalização sobre os trabalhadores que já estão sofrendo com salários e benefícios rebaixados. “Tem companheiro aqui que está se alimentando de miojo, porque tem empresa que já cortou o vale alimentação. E daí vem o juiz querer tirar dinheiro da gente?”.

Na quarta-feira passada, 1º de fevereiro, a assembleia geral chegou a deliberar pela suspensão da greve, condição que foi proposta na primeira mesa de mediação do Tribunal para que fossem abertas as negociações.

Apesar do avanço na abrangência de alguns benefícios reivindicados, a conquista parcial das reivindicações, e em alguns pontos abaixo do que foi proposto, motivou a rejeição de um acordo na última semana.

O que reivindicam os trabalhadores?

A pauta coletiva apresentada após a primeira proposta mediada no TRT4 pede:

– Aumento na ajuda de custo para estadia (proposta é de R$ 900,00 / trabalhadores reivindicam R$ 1.000,00);

– Reembolso das passagens de vinda e o pagamento integral do deslocamento de retorno dos trabalhadores que moram fora do Estado (proposta é de R$ 250,00 de reembolso + integral de retorno / trabalhadores reivindicam R$ 500,00 de reembolso + integral de retorno)

– Vale Alimentação de R$ 700,00 (proposta da mediação aceita pelos trabalhadores)

– Pagamento de 100% nas horas extras aos sábados;

– Aumento das horas prêmio ao término da Parada de Manutenção (proposta é de 250 horas prêmio / trabalhadores reivindicam 350 horas prêmio).

Apoio sindical à luta dos terceirizados

Desde o início da paralisação na REFAP, os trabalhadores recebem apoio do movimento sindical para organizar a luta. Além das duas entidades que mediam as reivindicações junto às empresas e ao Tribunal, o Sindipetro-RS tem acompanhado todo o movimento, bem como lideranças da Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS).

O presidente da Central, Amarildo Cenci, esteve na assembleia desta manhã e avaliou a situação dos terceirizados. “É difícil, porque de um lado tem as empresas que querem tirar o maior lucro possível do trabalho fazendo contratações e pagando de forma diferente em cada refinaria”.

Para Cenci, o movimento dos trabalhadores em Canoas mostra que preciso avançar em discussões que consolidem um padrão para a contratação de serviços na Petrobras, para que não haja mais diferenças salariais e nos benefícios.

Antes da votação, o presidente da CUT no Estado também reforçou o apoio da Central à luta dos terceirizados frente a decisão de continuar ou não com a greve.

Avaliem. A decisão é soberana de vocês. Os trabalhadores é que definem os rumos de sua luta”.

Confira a deliberação dos trabalhadores na Assembleia Geral desta manhã. 

Fonte: Texto e vídeo: Rita Garrido / STIMMMEC – Fotos: Rafaela Amaral / STIMMMEC

Fontes:

Publicado em:06/02/2023

Voltar

Notícias Relacionadas