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#Destaques | 29/09/2016

Nesta quinta-feira (29), mobilizações foram convocadas em todo o país decretando o Dia Nacional de Paralisação dos Metalúrgicos

 

Mobilização em frente à ACGO, em Canoas, na manhã desta quinta-feira / Foto: Rita Garrido / STIMMMEC

 

 

Mesmo com a chuva fina que caiu na manhã desta quinta-feira (29), trabalhadores e trabalhadoras da AGCO, em Canoas, cruzaram os braços e participaram de uma mobilização em frente à fábrica, que integra o Dia Nacional de Paralisações dos Metalúrgicos do Brasil. A assembleia, que teve início às 7h, durou pouco mais de 1h, o que resultou em atraso na entrada do turno. Além dos dirigentes do Sindicato, o ato contou com o apoio do secretário geral em exercício da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Loricardo de Oliveira.

 

 

 

Com o objetivo de frear as propostas de retirada de direitos dos trabalhadores, o secretário geral do Sindicato, Flavio Souza deu início à assembleia informando que “em todo o Brasil tem metalúrgico de braço cruzado neste momento”. Frente aos projetos de mudanças na CLT e, principalmente, em relação a proposta que permite negociações diretas entre trabalhadores/as e empresários (negociado sobre o legislado), Souza lembrou que “todo mundo que tem carteira assinada será atingidos pelas reformas trabalhistas”. Neste momento, o dirigentes também se referiu aos setores que não pertencem ao chão de fábrica, como o setor administrativo, que geralmente se nega a participar das assembleias sindicais, mas que igualmente será afetado pelas mudanças.

 

 

Com a fala, Flavio Souza dos metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita / Foto: Rita Garrido / STIMMMEC

 

 

A preocupação em torno do aumento da jornada de trabalho para 12 horas também foi abordada em frente à empresa, pelo vice-presidente da entidade Silvio Bica. “Quando que um trabalhador ou uma trabalhadora que trabalha 12 horas por dia vai arranjar tempo para estudar ou para ficar com a família”, questionou, reiterando que até a criação da CLT, no ano de 1943, os trabalhadores exerciam jornadas exaustivas e sem qualquer garantia de direitos.

 

Silvio Bica, vice-presidente dos metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita / Foto: Rita Garrido / STIMMMEC

 

Lutas de 20 anos atrás se repetem

 

 

 

Apesar de ter participado de forma direta do golpe que resultou no impeachment da presidenta Dilma Rousseff, os jornais não encontram mais saída para esconder os retrocessos diários impostos por Michel Temer. O secretário Geral da CNM, Loricardo de Oliveira, destacou que em notícias recentes o cenário político atual já está sendo comparado com situações vividas há 20 anos. “Estamos travando novamente lutas de 1996, contra a reforma na previdência e pelo direito à aposentadoria. Nós estamos voltando pra trás na história”. O representante da CNM, que também é dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo, também informou que as propostas recentes são as “encomendas dos empresários que financiaram as campanhas dos deputados que estão do lado do governo golpista”. “estes deputados já assumiram o golpe e sabem que não vão poder entregar o que lhes foi pedido, porque nós não vamos aceitar. Nós vamos nos preparar para uma grande greve geral e vamos decretar que este país tem jeito”, disse o dirigente.

 

Loricardo de Oliveira esteve presente no ato, representando a CNM / Foto: Rita Garrido / STIMMMEC

 

Golpe presente na Campanha Salarial

 

 

 

O presidente dos metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita, Paulo Chitolina, lembrou que durante a campanha salarial dos metalúrgicos deste ano, os empresários apostaram na divisão dos trabalhadores, e também alegaram que nos últimos anos a categoria havia conquistado 22% de aumento real. “Todas as conquistas são fruto de muita luta e eles usaram deste argumento para não valorizar os trabalhadores”. Chitolina também destacou o projeto de terceirização sem limites, classificando-o como a pior ameaça à classe trabalhadora. “Se autorizar a terceirização dos trabalhadores e trabalhadoras, nem precisa mexer na CLT porque os terceirizados não têm carteira assinada e não têm direitos”.

 

Presidente Paulo Chitolina esteve presente nas duas assembleias realizadas em Canoas / Foto: Rita Garrido / STIMMMEC

 

Ao citar que neste domingo (2) ocorrerão eleições municipais em todo o país, o presidente do sindicato afirmou ser este o momento de saber quem realmente está do lado dos trabalhadores/as. “Quem cuida dos trabalhadores e dos pobres não é a burguesia. Quem cuida dos direitos dos trabalhadores são as centrais sindicais e os sindicatos. E, por fim, quem mais se preocupa com os trabalhadores e as classes mais baixas são os partidos de esquerda”.

 

 

 

Fonte: Rita Garrido / STIMMMEC

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Publicado em:29/09/2016

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