#Notícias | 14/09/2015
A luta dos metalúrgicos da CUT mais uma vez resultou em mais uma importante conquista em duas montadoras: a reversão de demissões na Volkswagen, em Taubaté, e na Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo, bases CUTistas de São Paulo. Nas duas empresas, os trabalhadores haviam cruzado os braços assim que as empresas anunciaram as dispensas. A paralisação teve a adesão de 100% dos metalúrgicos nas duas fábricas e, durante o movimento, recebeu manifestações de solidariedade de trabalhadores de várias partes do mundo.
Na Volks, a greve começou no dia 17 de agosto, quando a empresa demitiu 43 trabalhadores. Na Mercedes-Benz, a greve começou no dia 24, depois que 1.500 metalúrgicos receberam por telegrama o aviso de dispensa.
Os acordos
Na Volks, os 43 funcionários dispensados foram readmitidos no dia 1º de setembro. Além disso, foi feito um aditamento ao acordo coletivo de trabalho referente ao reajuste das cláusulas econômicas (as sociais foram renovadas até 2018). Ficou acertado também que, caso necessário, empresa e Sindicato poderão negociar alternativas, como a adesão ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE).
Já a Mercedes Benz cancelou as 1.500 demissões e a assembleia dos trabalhadores aprovou a adesão ao PPE. Os trabalhadores terão redução de 20% na jornada de trabalho e nos salários, mas terão seus empregos e demais benefícios preservados por um ano. Os metalúrgicos aprovaram também a proposta de reajuste das cláusulas econômicas negociadas entre a empresa e o Sindicato.
“Fica claro o poder da nossa mobilização e da consciência de que, sem luta, não asseguramos direitos. Os metalúrgicos da CUT deram, mais uma vez, uma demonstração de firmeza, unidade e solidariedade de classe. E o resultado está aí: os empregos foram reconquistados”, destacou o secretário geral da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), João Cayres.
Fantasma das demissões
Já em São José dos Campos, depois de uma greve de 12 dias, os metalúrgicos da General Motors (GM) concordaram com a proposta do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e conquistaram o cancelamento de 798 demissões. Porém, o sindicato local, filiado à CSP – Conlutas, rejeitou a adesão ao PPE e negociou um acordo de suspensão do contrato de trabalho (lay-off).
Neste regime, os trabalhadores permanecem no emprego, mas continuam à sombra do desemprego. Recebem os salários de forma integral, porém a metade paga com dinheiro público, pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), o que é um baita negócio para o patrão. Privilegia única e exclusivamente a empresa, que pode reduzir a jornada com redução de salário e até suspender o contrato de trabalho, como acontece em muitos casos, o que implica em suspensão total das contribuições previdenciárias e do FGTS. Tudo isso não acontece no PPE porque o contrato de trabalho neste caso não é suspenso, não prevê flexibilização, nem qualquer mudança na legislação trabalhista, garante estabilidade temporária no emprego e uma renda maior para os trabalhadores, em comparação com o lay-off. É uma alternativa para manter o emprego dos trabalhadores em épocas de crise e só pode ser acionado em caso de crise econômica cíclica ou sistêmica que deve ser comprovada pela empresa ao sindicato da categoria e ao governo.
Fonte: STIMMMEC