#Destaques | 14/11/2018
Passadas as eleições de outubro, metalúrgicos(as) de Canoas e Nova Santa Rita aguardam outra importante definição, desta vez, relacionada ao trabalho: o acordo do Programa de Participação nos Resultados (P.L.R.). O Sindicato e as respectivas comissões de trabalhadores eleitas para essas negociações buscam sobretudo que as empresas se comprometam com metas dignas de produtividade, valorização e qualificação da mão de obra, aumento da eficiência dos equipamentos e o respeito à relação entre o capital e o trabalho.
Maxiforja
Na Maxiforja, a negociação com a direção para o acerto da última P.L. ocorreu com forte burocratização da empresa no estabelecimento das metas do programa. Para 2019, os Indicadores Acumulados no Ano mostram uma possível facilitação no acordo. “Esperamos a compreensão da direção da empresa para que se conclua o programa com metas justas a serem alcançadas”, revela Antônio Munari, representante do Sindicato nessa negociação juntamente com a Comissão.
A entidade e os trabalhadores apontam duas solicitações fundamentais do P.L.R. na Maxiforja. Funcionários(as) deverão dividir os valores em partes iguais, independentemente de cargos, graus de instrução e tempo de casa, pois o programa deve funcionar como um mecanismo de melhor distribuição de valores. Outro ponto importante da discussão é a retirada da cláusula de absenteísmo. Faltas relacionadas à saúde não podem mais fazer parte do programa.
AGCO
A situação na AGCO segue indefinida no que se refere ao P.L.R. ou ao PROPAR (Programa de Participação nos Resultados), como lá é chamado. A direção da empresa não apresenta dados que retratem fielmente os lucros e dividendos do ano, e burocratiza as negociações. O Resultado Operacional (R.O.), por exemplo, está negativado desde janeiro, sem qualquer explicação por parte da direção da empresa. Os trabalhadores, a comissão e o Sindicato aguardam ainda uma justificativa. “Os números não mostram a realidade. A produção tem aumentado tanto que a empresa contratou mais de cem novos funcionários.”, afirma Silvio Bica, vice-presidente da entidade e representante da entidade na negociação.
Como dito anteriormente, não é a primeira vez que a direção da AGCO demora no processo de negociação do PROPAR. Somente neste ano, além de ter sido local de inúmeras irregularidades com a redução de postos de trabalho e o aumento considerável no número de acidentes, a fábrica procrastinou o máximo possível o acordo e recorreu ao Tribunal Regional do Trabalho, onde foi derrotada.
Siemens
Quem possui uma boa notícia são os metalúrgicos e metalúrgicas da Siemens, que já fecharam o acordo de participação sem nenhuma resistência da direção e tiveram resultados satisfatórios. “Os companheiros ficaram satisfeitos com o número apresentado, levando em conta que estamos num ano bem complicado em termos de vendas”, disse Márcio Bonotto, dirigente e representante do Sindicato no processo. A reunião de fechamento ocorreu no dia 29 de outubro e o pagamento está previsto para até o salário mensal de novembro.
Midea
Para dar prosseguimento às negociações do P.A.R., a Midea – fabricante de eletrodomésticos e condicionadores de ar – trabalha para atingir a sua meta de vendas, uma vez que até então obteve apenas 1/3 dela. Restando somente três meses para o fim do prazo, a esperança se dá pela alta procura de equipamentos no fim de ano, principalmente no Norte e no Nordeste do Brasil, onde o verão é mais intenso. Os trabalhadores seguem fazendo a sua parte e com muita expectativa quanto ao recebimento do bônus. “Todos dentro da fábrica estão com um só objetivo, trabalhar para chegar o mais próximo possível da meta. Até setembro, atingimos 33%, mas com o aumento das vendas tudo é possível”, revelou Cecílio Guterres, dirigente do sindicato envolvido na questão.
Uma reunião não oficial entre a comissão de trabalhadores e o Sindicato foi realizada no dia 8 de novembro, data em que os últimos números financeiros foram mostrados. Nessa mesma oportunidade, ficou sugerido pela empresa o calendário de final de ano dos funcionários e as férias coletivas do ano de 2019.
Texto: Matheus Leandro – STIMMMEC