Escrito por

#Destaques | 03/04/2023

Como ocorre tradicionalmente no início do ano, o Sindicato abriu no dia 09 de março as avaliações e o preparo da Campanha Salarial de 2023 dos metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita. Com data base no mês de maio, os trabalhadores agora devem ficar atentos aos informes que serão divulgados no próximo jornal, no site e nas redes sociais da entidade, convocando todos e todas para a ASSEMBLEIA GERAL, que tem previsão para o dia 13 de abril.

Ainda que as discussões neste ano sejam apenas das cláusulas econômicas, a direção do Sindicato não descarta a inclusão de temas específicos da categoria, como a situação do Quinquênio, a representação dos terceirizados, o retorno das homologações no Sindicato e demais questões que diariamente são relatadas por trabalhadores e trabalhadoras da base.

Apesar da campanha ser conjunta com os demais sindicatos filiados à Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do Rio Grande do Sul (FTM-RS), o Sindicato de Canoas e Nova Santa Rita possui mesa de negociação própria, junto ao SIMECAN (Sindicato das Empresas / Patronal), o que possibilita construir uma pauta com alguns pontos diferentes do que é definido no Estado. Por isso, a participação dos metalúrgicos e metalúrgicas na Assembleia Geral, que também deve ocorrer no formato híbrido, é fundamental para o encaminhamento das reivindicações do ano.

CAMINHOS DA CAMPANHA NO ESTADO

Durante as discussões da Direção Geral, foram levantados temas da conjuntura política e econômica, e avaliados os impactos na categoria metalúrgica. Para isso, o encontro contou com a participação do tesoureiro da FTM-RS, Milton Viário, e das assessoras jurídicas do Sindicato, as advogadas Lídia Woida e Fernanda Livi.

Ao falar sobre a importância da política nacional, Viário destacou a linha que será adotada na campanha do Estado: “É o momento de aprofundar o papel político dos trabalhadores no Brasil”. Para ele, a Reforma Tributária e o aumento do teto de isenção do Imposto de Renda são meios de “aliviar” o bolso dos trabalhadores. Portanto, compreender o papel destas políticas e mobilizar as bases para a aprovação destas medidas deve ser o papel dos Sindicatos neste ano.

Como prova de que os reajustes salariais nem sempre são suficientes, a Federação realizou um levantamento dos últimos anos sobre os preços da cesta básica, com base nos dados divulgados pelo Dieese, e traçou uma relação com os percentuais alcançados nas campanhas salariais.

“O que os trabalhadores têm que perceber é que nós tivemos um descontrole do preço dos alimentos, principalmente nos anos de 2021 e 2022”, destacou Milton, mostrando que em 2021, por exemplo, a alimentação dos trabalhadores consumiu cerca de 44,62% do total da renda, e em 2022 esse percentual passou para 47,87% dos ganhos salariais.

Milton Viário, tesoureiro da FTM-RS

MUDANÇAS NA CIPA

Outra prova de que os trabalhadores devem cada vez mais politizar as suas lutas está nas mudanças promovidas na Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), que em outubro de 2022 passou a ser nomeada como “Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e Assédio”.

Como explicou a advogada Lídia Woida, agora os cipeiros passam a ter maior responsabilidade sobre o ambiente de trabalho, não se limitando à segurança contra acidentes, mas também fiscalizando possíveis casos de assédio moral e sexual nas relações. Neste sentido, a presença de mulheres cipeiras se coloca como um grande desafio à categoria metalúrgica.

“Se não tiver mulher na cipa, dificilmente outras companheiras irão denunciar casos de assédio sexual”, destacou Woida, lembrando que o tema vem cada vez mais ganhando espaço e repercussão nas discussões sobre o mundo do trabalho. Segundo dados divulgados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), somente em 2022, a cada 5 trabalhadoras, 1 sofreu assédio no local de trabalho.

“A inclusão do tema do assédio, moral e sexual, na CIPA é de grande importância, porque dá poder de fiscalização aos próprios trabalhadores e trabalhadoras, por meio de uma ferramenta que garante a estabilidade necessária para se fazer a luta contra o assédio. Mas é preciso se preparar, pois existem regras e procedimentos a serem cumpridos, visto que as denúncias podem repercutir no meio penal”.

Assessoras Jurídicas do Sindicato Lídia Woida e Fernanda Livi

Fonte: STIMMMEC

Fontes:

Publicado em:03/04/2023

Voltar

Notícias Relacionadas