#Notícias | 14/08/2015
Os trabalhadores e trabalhadoras da Siemens, antiga Iriel, paralisaram a produção desde as 5 horas da madrugada, horário de entrada do 1° turno da produção. Mais tarde, o turno administrativo, que entra as 8 horas, também ficou do lado de fora participando da mobilização que faz parte da campanha salarial, uma das tantas ações realizadas pelo sindicato desde a assembleia geral do dia 29 de julho, que rejeitou a proposta patronal, decretou estado de greve e decidiu pelo acirramento das mobilizações.
“A direção da empresa sequer dignou-se a conceder ao menos uma antecipação salarial das perdas causadas pela inflação entre maio/2014 e abril/2015 para seus funcionários. Os trabalhadores e trabalhadoras da Siemens estão no maior sufoco, motivo pelo qual resolvemos paralisar a empresa, seguindo decisão da assembleia geral”, afirmou Paulo Chitolina, presidente do sindicato.
Mais um dia de tensão
Aparentemente, os patrões metalúrgicos da base de Canoas e Nova Santa Rita estão tratando a campanha salarial e as justas, ordeiras e pacíficas mobilizações nas portas de fábrica como caso de polícia. São eles que chamam aqueles que deveriam zelar pela segurança pública para fazer segurança privada de suas empresas. E, o que é pior, as forças policiais acabam sendo subservientes a eles, causando tumulto e tensão nos locais onde são requisitados. Em algumas situações, ameaçaram multar os veículos do sindicato, romper a obstrução dos portões e deter quem descumprisse suas ordens, alegando o “direito de ir e vir” das pessoas e “desacato à autoridade”, sempre ignorando o direito de livre organização sindical e outros direitos da classe trabalhadora, como a liberdade de fazer greves e paralisações para protestar ou reivindicar direitos consagrados, como recuperar o poder de compra dos salários.
A exemplo do que aconteceu em frente à Forjasul e Liess, policiais armados compareceram e deixaram claro de que lado estavam. O fato acabou causando apreensão e constrangimento para todos que participavam da mobilização. E motivou os dirigentes sindicais a negociar o fim da paralisação na Siemens, desde que a empresa se comprometesse a abonar as horas paradas, não retirar o prêmio assiduidade, não retaliar quem foi para casa e pressionar o sindicato patronal a reabrir as negociações para dar um reajuste salarial digno para a categoria. Fechado o acordo, a mobilização encerrou-se por volta das 10 horas da manhã.
“Fomos aplaudidos no final, sinal de que saímos vitoriosos desta mobilização que paralisou a produção da Siemens em aproximadamente cinco horas. O recado foi dado aos patrões da empresa e do sindicato patronal. Vamos continuar indo nas fábricas, cumprindo com a deliberação soberana da assembleia geral, sem temer os patrões e seus comandados”, disse Chitolina.