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#Destaques | 14/12/2016

Advogado Dr. João Lucas de Mattos debateu a proposta de Reforma na Previdência na tarde dessa terça-feira (13) em encontro com aposentados(as) no Sindicato

 

 

Aposentados(as) marcaram presença para debater e esclarecer dúvidas sobre a proposta de Reforma na Previdência / Foto: Rita Garrido / STIMMMEC

 

 

Diante da possibilidade de desmonte da Previdência Social e consciente das inúmeras ameaças que as mudanças trazem à classe trabalhadora, o Sindicato buscou apresentar a proposta de Reforma na Previdência, elaborada pelo ilegítimo governo Temer, e esclarecer dúvidas de aposentados(as) da categoria metalúrgica na tarde dessa terça-feira (13). Para isso, contou com a participação do Dr. João Lucas de Mattos, especialista em direito previdenciário, que atende todas as quintas-feiras na entidade por meio do escritório Woida Magnago Skrebsky Colla & Advogados Associados. Para Mattos, “se trata de um projeto muito mal feito, sem clareza e sem qualquer futuro aos trabalhadores e trabalhadoras”.

 

 

“A justificativa usada é a insustentabilidade da Previdência. Dizem que daqui alguns anos não haverá como pagar benefício a todos. Mas isso é um mito, pois já foi provado que ela é superavitária. Não há déficit algum”, afirmou o especialista, fazendo relação direta com a desvinculação de receitas da União. “Aprovaram a desvinculação de receitas, isto é, o governo pode usar até 30% de impostos e contribuições sociais federais como bem entender, sem planejamento prévio. Isso inclui as contribuições feitas à previdência, que deveriam ser exclusivas para o pagamento dos benefícios”.

 

 

“Se trata de um projeto muito mal feito, sem clareza e sem qualquer futuro aos trabalhadores e trabalhadoras”, afirma o advogado Dr. João Lucas de Mattos / Foto: Rita Garrido / STIMMMEC

 

 

Mattos também citou grandes obras como a construção de Brasília no governo de Juscelino Kubitschek ou da Rodovia Transamazônica, durante a ditadura militar. “Estas obras foram realizadas com o dinheiro da Previdência, que nunca voltou aos cofres do órgão”.

 

 

Ele afirma que o problema maior é relacionado à má gestão dos recursos, a partir do momento em que o saldo das contribuições é positivo e o interesse do governo é ter acesso a esta receita. “O Ministério da Previdência virou um puxadinho da Secretaria da Fazenda, justamente para misturar as contas e facilitar o acesso”, diz o especialista. “Infelizmente, perdeu-se o propósito da Seguridade Social, que é a proposta de criação da Previdência: políticas para amparar e assistir o cidadão”.

 

 

Em relação ao projeto de reforma, Mattos aponta o critério de cálculo como um dos piores aspectos da proposta. “Unificar idades para aposentadoria e exigir que se contribua 49 anos para ter o benefício de forma integral é não levar em consideração a realidade da classe trabalhadora no país”. O especialista se referiu à jornada dupla, ou por vezes tripla, de trabalho das mulheres que, em maior proporção, realizam atividades domésticas em suas casas. Também se referiu à média de idade dos trabalhadores(as) ativos no mercado de trabalho. “Hoje, a média é 40 anos”, afirmou. Com a obrigatoriedade de se manter no mercado até os 65 anos, a saída vai ser recorrer ao subemprego para continuar trabalhando.

 

 

Pensão por morte e benefício da LOAS

 

 

As ameaças também são visíveis aos que já se encontram aposentados hoje. O projeto de reforma toca em pontos como a pensão por morte, que passa a não ser mais cumulativa. “Com a aprovação do projeto, se o cônjuge vem à óbito não será mais possível manter a renda dupla”, afirma Mattos.

 

 

A PEC do governo mantém o valor das aposentadorias atrelado à política de reajuste do salário mínimo. Mas os beneficiários da LOAS (Lei Orgânica de Assistência Social) – deficientes e idosos da baixa renda – poderão receber um valor inferior ao mínimo. A idade para requerer o benefício assistencial também subirá dos atuais 65 anos para 70 anos.

 

 

Dr. João Lucas de Mattos apresentou pontos específicos da proposta de Reforma e esclareceu dúvidas / Foto: Rita Garrido / STIMMMEC

 

 

O especialista afirma que fazer o debate é necessário, assim como cobrar emendas no projeto que visem garantias para a classe trabalhadora que está na ativa, assim como para os aposentados(as)

 

 

O encontro, promovido pelo Departamento dos Aposentados Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita, contou também com a participação do presidente da Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do RS, Jairo Carneiro. “Se faz necessária a organização de uma grande plenária que discuta quais as atitudes que serão tomadas. Temos todos que sair dos debates e ir às ruas, mobilizar, ocupar e impedir o andamento do projeto”, reforçou Carneiro.

 

 

Jairo Carneiro, Presidente da FTMRS, também participou do debate / Foto: Rita Garrido / STIMMMEC

 

Encerramento do ano

 

 

Ao fim do debate, foi oferecido aos participantes um café da tarde, como forma de encerramento das atividades no ano. Os integrantes do departamento agradeceram a presença de todos, assim como a participação frequente nos debates e nos encontros, realizados todas as quintas-feiras.

 

 

Café da tarde foi servido após o término do debate / Foto: Rita Garrido / STIMMMEC

 

 

O recesso do departamento jurídico acontece entre os dias 20 de dezembro e 15 de janeiro, limitando-se aos plantões realizados diretamente nos escritórios Woida e Young, parceiros do Sindicato.

 

 

Fonte: STIMMMEC

 

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Publicado em:14/12/2016

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