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#Destaques | 11/05/2016

O bloqueio de várias rodovias marcou o dia nacional de paralisações, atos, greves e protestos, ocorrido nesta terça-feira (10). A mobilização provocou também polêmica na mídia golpista, onde comentaristas de plantão destilaram ódio e intolerância contra o movimento sindical e os movimentos sociais, enquanto as entidades dos trabalhadores praticamente não foram ouvidas para explicar as razões dos protestos.

 

 

O tema foi pautado pelo jornal Zero Hora, que publicou na edição desta quarta-feira (11) dois artigos de opinião para alimentar a polêmica na página 35. Um contrário e outro a favor. Na parte superior, aparece o artigo “O Brasil não pode parar”, assinado pelo presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e Logística no Estado do Rio Grande do Sul (Setcergs), Afrânio Rogério Kieling. E na parte inferior, está o artigo “Quem paralisa o Brasil?”, do presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo.

 

 

O dirigente da CUT-RS revela quem está paralisando o Brasil, apontando os banqueiros, a mídia tradicional, os empresários, o Congresso Nacional, segmentos do Judiciário e a oposição partidária.

 

 

“Na ausência de canais para se expressar de forma equânime, os movimentos sociais recorrem ordeiramente, sempre que necessário, à ocupação de ruas para chamar a atenção da sociedade e transmitir o seu descontentamento. Neste momento, precisamos dizer aos empresários, que o retrocesso que tentarão emplacar nos direitos trabalhistas não será tolerado”, enfatiza Claudir.

 

 

Para ele, “impedir que haja retrocesso é obrigação de quem defende a democracia”.

 

 

Leia a íntegra do artigo do presidente da CUT-RS

 

 

Quem paralisa o Brasil?

 

 

As elites resolveram convergir em torno de algo hediondo: travar o país agora e impedir que a presidenta Dilma governe, a fim de engatar macha ré nos próximos dias. Quem viver verá.

 

 

Os banqueiros paralisam o Brasil quando, ávidos por lucros, optam pelo rentismo e encarecem o crédito para o consumo e a produção. O excesso de pessimismo e de denuncismo da mídia tradicional paralisa o Brasil, ao semear a ideia de que tudo que acontece ultimamente não presta.

 

 

Os empresários paralisam o Brasil, quando embarcam no golpe, em vez de construírem saídas pactuadas, que já foram testadas em países que hoje são líderes mundiais. Acometidos pelo velho complexo de viralata, acabam crescendo como rabo de cavalo, para baixo.

 

 

O Congresso Nacional, enlameado com indícios de corrupção, paralisa o Brasil quando foca apenas pautas retrógradas, mais parece com um tribunal de inquisição medieval que um parlamento republicano moderno. Certos segmentos do judiciário paralisam o Brasil, quando inviabilizam a empresa e o empreendimento, em vez de punir o empresário corruptor. Quantos empregos foram solapados e quantas obras estão pela metade com a midiática Operação Lava Jato?

 

 

A oposição partidária também paralisa o Brasil, pois, a se ver diante da quarta derrota eleitoral, apressa-se para mudar as regras do jogo, pisando na democracia e rasgando a Constituição.

 

 

Na ausência de canais para se expressar de forma equânime, os movimentos sociais recorrem ordeiramente, sempre que necessário, à ocupação de ruas para chamar a atenção da sociedade e transmitir o seu descontentamento. Neste momento, precisamos dizer aos empresários, que o retrocesso que tentarão emplacar nos direitos trabalhistas não será tolerado.

 

 

Em torno de toda essa névoa da política brasileira, esconde-se algo bastante grave. As elites querem sabotar a possibilidade de forjarmos um país mais justo e igualitário, onde jovens tenham acesso à educação, famílias à moradia, pobres a auxílio para se alimentar, mulheres a mais valorização e trabalhadores a empregos com melhores salários e direitos respeitados. Impedir que haja retrocesso é obrigação de quem defende a democracia.

 

 

Claudir Nespolo
Presidente da CUT-RS

 

 

Fonte: CUT-RS

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Publicado em:11/05/2016

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