#Notícias | 19/10/2017
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) recomendou na última quarta-feira (18) que a Câmara dos Deputados não autorize a abertura de processo no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, com base na denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República – organização criminosa e obstrução de Justiça.
O relatório do deputado deputado Bonifácio de Andrada, que desqualifica a denúncia, foi aprovado por 39 votos a 26. Bonifácio de Andrada reafirmou que seu parecer foi “essencialmente técnico”. Assim como na votação da primeira denúncia, por corrupção passiva, o relator do caso ficou a cargo de um tucano de Minas Gerais. Na outra oportunidade foi Paulo Abi-Ackel. Não por acaso, na véspera, o senador mineiro e tucano Aécio Neves teve maioria favorável no Senado para se manter no mandato enquanto é investigado pelos mesmos crimes.
“O que acontece esta semana no Congresso é uma permuta entre Aécio Neves e Michel Temer. Em troca do favor feito ao PSDB no dia de ontem no Senado, ao livrar Aécio Neves, estão entregando aqui nesta casa o livramento de Michel Temer”, diz em sua rede social o deputado Paulo Teixeira, integrante da CCJ.
“Há provas muito fortes de que Michel Temer cometeu crimes já como presidente da República. Deixá-lo no cargo é permitir que ele continue a cometer crimes como vender a Eletrobrás, que está avaliada em R$ 300 bilhões, por R$ 30 bilhões, vender parte da Petrobras, da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil, vender o pré-sal e os direitos do povo brasileiro”, afirma Teixeira. “Uma pessoa que comete esses crimes não tem a dignidade de ocupar a Presidência da República, cargo que ele comprou com parlamentares e deu um golpe sórdido.”
A deputada Jandira Feghali considera “incompreensível” que o parlamento, que por muito menos autorizou o julgamento de uma presidenta honesta, não autorize o andamento de um processo com muito mais gravidades no Supremo Tribunal Federal. “O governo ganha a batalha na CCJ, mas não a guerra. A votação vai ao plenário na semana que vem”, diz a deputada.
Alessandro Molon espera que os votos contra o parecer cresçam no plenário da Casa. “O governo já teve um resultado pior do que esperava. Lá no plenário o resultado será ainda pior para o governo. Os votos contra o relator vão crescer muito e nós estimamos já estar chegando em algo em torno de 300 votos contra o parecer do relato e, portanto, a favor do prosseguimento da denúncia.”
Orientaram votação a favor do parecer: PMDB, PP, PSD, PR, DEM, PRB, PTB, SD, PSC e Pros, enquanto PT, PSB, PDT, Pode, PCdoB, PPS, PHS, Rede e Psol foram contrários. PSDB e PV liberaram suas bancadas para votar como quisessem.
O resultado da votação foi similar ao da primeira denúncia, cujo placar foi 40 contra 25, porque foi praticamente mantida a composição da CCJ, quando foram trocados 11 deputados do PMDB, do PP, do PR, do PRB, do PSD e do SD.
Votaram a favor do relatório
Alceu Moreira (PMDB-RS)
Carlos Bezerra (PMDB-MT)
Carlos Marun (PMDB-MS)
Daniel Vilela (PMDB-GO)
Darcísio Perondi (PMDB-RS)
Hildo Rocha (PMDB-MA)
Osmar Serraglio (PMDB-PR)
Paes Landim (PTB-PI)
Arthur Lira (PP-AL)
Fausto Pinato (PP-SP)
Luis Tibé (AVANTE-MG)
Luiz Fernando (PP-MG)
Maia Filho (PP-PI)
Paulo Maluf (PP-SP)
Francisco Floriano (DEM-RJ)
José Carlos Aleluia (DEM-BA)
Juscelino Filho (DEM-MA)
Antonio Bulhões (PRB-SP)
Beto Mansur (PRB-SP)
Cleber Verde (PRB-MA)
Cristiane Brasil (PTB-RJ)
N. Marquezelli (PTB-SP)
Genecias Noronha (SD-CE)
Marcelo Aro (PHS-MG)
Bonifácio Andrada (PSDB-MG)
Bilac Pinto (PR-MG)
Del. Edson Moreira (PR-MG)
Edio Lopes (PR-RR)
Magda Mofatto (PR-GO)
Milton Monti (PR-SP)
Domingos Neto (PSD-CE)
Edmar Arruda (PSD-PR)
Evandro Roman (PSD-PR)
Rogério Rosso (PSD-DF)
Thiago Peixoto (PSD-GO)
Ronaldo Fonseca (PROS-DF)
Rodrigo de Castro (PSDB-MG)
Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG)
Evandro Gussi (PV-SP)
Votaram contra
Marcos Rogério (DEM-RO)
Major Olimpio (SD-SP)
Sergio Zveiter (PODE-RJ)
José Mentor (PT-SP)
Luiz Couto (PT-PB)
Marco Maia (PT-RS)
Maria do Rosário (PT-RS)
Patrus Ananias (PT-MG)
Paulo Teixeira (PT-SP)
Valmir Prascidelli (PT-SP)
Wadih Damous (PT-RJ)
Daniel Almeida (PCdoB-BA)
Betinho Gomes (PSDB-PE)
Fábio Sousa (PSDB-GO)
João Gualberto (PSDB-BA)
Rocha (PSDB-AC)
Silvio Torres (PSDB-SP)
Danilo Cabral (PSB-PE)
Hugo Leal (PSB-RJ)
Júlio Delgado (PSB-MG)
Gonzaga Patriota (PSB-PE)
Rubens Bueno (PPS-PR)
Félix Mendonça Jr (PDT-BA)
Pompeo de Mattos (PDT-RS)
Chico Alencar (PSOL-RJ)
Alessandro Molon (REDE-RJ)
Fonte: Rede Brasil Atual e Agência Câmara