#Notícias | 18/07/2017
Encontro ocorreu na tarde dessa segunda-feira (17), na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita
Lideranças políticas e sindicais, militantes dos movimentos sociais e populares de Canoas reuniram-se na tarde dessa segunda-feira (17) para debater os desafios da atual conjuntura política e social do país. Após a aprovação da Reforma Trabalhista no último dia 11 de julho, o consenso tirado entre os participantes é que a tentativa de avanço das classes menos favorecidas resultou em uma grande insatisfação por parte daqueles que sempre foram detentores do poder.
“Nós estamos vivendo a essência da luta de classes”, afirmou o Deputado Federal Marco Maia, que também lembrou que a classe trabalhadora não acreditou nas perspectivas iniciais do golpe, incluindo o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. “Não só os trabalhadores, mas até militantes da esquerda duvidaram que iríamos chegar a este ponto”.
Ao trazer uma visão mais próxima do que acontece na Câmara dos Deputados, Maia esclareceu que a aprovação de projetos nefastos à classe trabalhadora se dá porque grande parte dos deputados não tem interesse em debater ou saber mais sobre os temas em questão. “Tem tanto interesse específico por parte dos deputados – bancadas evangélicas, ruralistas e afins – que tudo se confunde, e projetos como a Reforma Trabalhista acabam passando com votação de efeito manada, sem qualquer avaliação prévia”.
Maria Eunice, vereadora e presidente do Partido dos Trabalhadores em Canoas, ressaltou que a crise política também está instalada na câmara de vereadores da cidade. Segundo ela, o governo municipal, que pertence ao PTB/RS, e os vereadores da base de apoio estão alinhados com as políticas de retrocesso do governo federal. Paulo Chitolina, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas e NSRita, também ressaltou que o sentimento da entidade é de que “os vereadores não estão levando a sério o que está acontecendo com a classe trabalhadora”.
O Comitê Sindical Popular Contra a Reforma da Previdência e em Defesa dos Direitos Trabalhistas foi criado em fevereiro deste ano, com o objetivo de mobilizar os canoenses na luta contra as reformas do governo de Temer. Neste período, realizou passeatas, debates e audiências públicas, além de distribuir informativos sobre o tema e se colocar à disposição da população em uma banca instalada no centro da cidade.
Gerson Borba, presidente do Sinpolo e um dos coordenadores do Comitê, ressaltou que a organização deve continuar, de forma mais efetiva e intensa junto à população. No entanto, afirmou que é necessário reavaliar o público para qual se está passando informação. “Nós temos que correr atrás do prejuízo e uma das formas é ampliar a nossa fala e a nossa posição para além daqueles que já estão conscientes sobre o tema”.
Ao término do encontro, os presentes marcaram uma nova reunião para a próxima segunda-feira, 24 de julho, a partir das 17h, também na sede do Sindicato e aberta a todos os interessados. Desta vez, a ideia é debater ações e estratégias do coletivo.
Fonte: Rita Garrido / STIMMMEC