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#Destaques | 15/02/2014

Em seminário, a direção da entidade debateu a situação de cada setor do ramo metalúrgico e avaliou que é preciso uma política industrial consistente

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A Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT) vai intensificar suas ações em defesa do emprego e de políticas públicas consistentes para a indústria brasileira.

Para o presidente da CNM/CUT, Paulo Cayres, embora o país esteja vivendo uma situação de pleno emprego, a situação do ramo industrial requer muita atenção. “O Brasil está com a menor taxa de desemprego de sua história (4,3%). No entanto, não podemos deixar de reconhecer que no setor metalúrgico e no ramo industrial há riscos de redução da atividade e, com isso, de demissões por conta das importações e da falta de mecanismos para garantir a produção nacional”, destacou.

A análise foi feita durante seminário de planejamento da direção da Confederação, encerrado nesta quinta-feira (20), na sede da entidade, em São Bernardo do Campo (SP). O seminário começou na quarta e também contou com a presença dos presidentes das federações estaduais dos metalúrgicos da CUT do Rio Grande do Sul, Jairo Carneiro, Minas Gerais, José Wagner, e São Paulo, Valmir Marques, da interestadual Nordeste, Marcos Paulo, e do coordenador do Departamento dos Metalúrgicos da CUT de Santa Catarina, Genivaldo Marcos Ferreira (que também integra a direção da CNM).

Avanço na luta pelo contrato coletivo
O objetivo da atividade foi fazer um balanço das ações empreendidas pela Confederação e estabelecer um calendário de atividades para 2014, um ano atípico para o país, em função da Copa do Mundo entre junho e julho e das eleições em outubro. “Durante os dois dias, fizemos um balanço das atividades por secretaria e também das coordenações dos setores da indústria metalúrgica representados pela nossa entidade”, explicou o secretário geral e de Relações Internacionais, João Cayres.

Ele ressaltou que, a partir do relato dos dirigentes da Confederação de todos os estados e também das lideranças das entidades estaduais, foi possível, por exemplo, constatar que houve avanços na luta pelo Contrato Coletivo Nacional de Trabalho (CCNT). “Na conferência nacional sobre negociação coletiva que fizemos em novembro e 2012, definimos pauta com cinco cláusulas que os sindicatos e federações deveriam negociar nas campanhas salariais para dar início a um processo de conquista de direitos iguais entre os trabalhadores da nossa categoria. Neste seminário, constatamos que as campanhas salariais de fato incorporaram a pauta do Contrato Coletivo”, assinalou o secretário geral e de Relações Internacionais.

Defesa do emprego e da produção nacional
No seminário, a Subseção do Dieese da CNM/CUT e FEM-CUT/SP apresentou levantamento atualizado sobre os empregos do ramo metalúrgico, mostrando que, ao final de 2013, a categoria ocupava 2,44 milhões postos de trabalho. “No final de 2002, último ano do governo de Fernando Henrique Cardoso, os metalúrgicos representavam 1,34 milhão. Ou seja, ao longo dos governos Lula e Dilma, mais de 1,1 milhão de empregos foram gerados no nosso ramo”, afirmou o presidente da CNM/CUT.

Mas Paulo Cayres destacou que é motivo de preocupação que em setores como o da indústria naval comece a haver um movimento para a compra de plataformas em Cingapura e outros países asiáticos em detrimento da produção nacional. “O setor naval foi um dos que mais avançou nos últimos 11 anos e agora é um dos mais ameaçados porque a Petrobras está procurando fornecedores em outros países”, disse Paulão, lembrando que na chamada linha branca (eletrodomésticos) as importações também estão crescendo e ameaçam a produção e o emprego no Brasil.

Por isso, durante o seminário, os dirigentes concordaram que é preciso estabelecer uma política setorial consistente para o país e que é papel da CNM/CUT e das outras confederações que integram o Macrossetor da Indústria da CUT (químicos, vestuário, alimentação e construção) pressionarem governo e empresários para garantir e ampliar o parque industrial brasileiro. “A exemplo do Inovar-Auto, queremos que para outros setores também haja incentivo para a produção nacional”, declarou o presidente da CNM/CUT. “Mas queremos também que sejam estabelecidas contrapartidas para garantir o emprego e condições de trabalho decentes”, complementou.

Por: CNM/CUT

 

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Publicado em:15/02/2014

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