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#Destaques | 14/03/2016

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Pouco antes da marcha deste domingo (13) que pede o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff e a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao menos quatro organizações da esquerda brasileira foram alvo de ataques.

 

 

Invasão da Polícia Militar de São Paulo, pichações e pedradas representam, segundo as entidades atingidas, o ódio e a intolerância que têm colocado em risco a democracia brasileira.

 

 

Na sexta-feira (11), policiais militares invadiram a subsede do Sindicado dos Metalúrgicos do ABC em Diadema sem mandado durante um ato de representantes do movimento sindical, partido e movimentos sociais em apoio a Lula e ao ex-prefeito da cidade, José de Fillipi Júnior (PT).

 

 

De acordo com a secretária de Políticas Sociais da CUT, Jandyra Ueraha, dois PMs fortemente armados entraram no local questionando o motivo da reunião, enquanto várias outras viaturas cercavam o local.

 

 

“Foi claramente uma ação de intimidação e, para além de notas e boletins de ocorrência, temos que ficar em alerta máximo para proteger as nossas entidades porque esses ataques estão crescendo cada vez mais e já chegando ao ponto de a polícia fazer ações como em um Estado de exceção”, apontou.

 

 

Jandyra ressalta que a atenção deve ser redobrada porque a polícia já havia adotado atitude idêntica três dias antes numa reunião do diretório do PT também em Diadema. “Na terça-feira (8), a Executiva do PT também estava reunida no diretório em Diadema e a política também foi lá para saber qual reunião era aquela”, conta.

 

 

Diadema2

 

 

 

Presidente da CUT-SP, Douglas Izzo, ressalta que ações como essa são fruto dos sentimentos de ódio e de caçada aos inimigos que têm sido plantados pelos golpistas e perdedores inconformados com o resultado das últimas eleições eleitorais.

 

 

“Exigimos apuração e punição aos ataques violentos para que eles não se tornem comuns e rotineiros. Eles são resultado do barril de pólvora que os golpistas transformaram o Brasil, incitando o ódio”, critica.

 

 

Na UNE, história se repete

 

 

Na capital paulista, a União Nacional de Estudantes teve a sede em São Paulo pichada, nesse dia 12, com frases como “Lula na cadeia” e “mortadelas estudantes”. O ataque remete ao incêndio que tomou conta da sede da organização, então localizada no Rio de Janeiro, pouco antes do golpe militar de 1964.

 

 

PichoUNE

 

 

Segundo a presidente da UNE, Carina Vitral, cerca de oito homens tentaram forçar a entrada e, sem sucesso, picharam a sede. A entidade registrou um boletim de ocorrência e solicitou ao batalhão da polícia que proteja o patrimônio.

 

 

“Não se trata de uma disputa política, mas de pessoas que se sentem incomodadas com quem defende a democracia. Mas não nos intimidarão”, alerta.

 

 

Ataques em Campinas à CUT e ao PCdoB

 

 

Em Campinas, neste sábado (12), seis pessoas foram vistas atirando pedras nas janelas da sede da CUT, conforme relata o coordenador da Central na região, Carlos Fábio.

 

 

“Estamos de vigília em todas nossas instituições. Eles querem nos provocar. É momento de ter ainda mais paciência, porque temos visto vídeos nas redes sociais que dão a entender  que irão armar uma suposta participação nossa neste domingo, já que não iremos pras ruas.”

 

 

Como a sede da UNE, a do PCdoB de São Paulo também foi pichada, neste sábado, com os dizeres “Lula na cadeia”. Para a secretária de Comunicação do PCdoB de São Paulo, Ana Flávia Marx, as ações são resultado de uma intolerância que está crescendo no país.

 

 

“Os ataques contra a sede do PCdoB e de outras entidades como a UNE e a subsede da CUT Campinas demonstram o quanto o fascismo está crescendo no país. Essas entidades e o Partido têm defendido a democracia com convicção e firmeza e é por isso que passaram a ser alvo de forças que só querem estimular o ódio. A elite brasileira não pode continuar a flertar com o fascismo e a história já comprovou isso”, disse.

 

 

Responsabilidade de Alckmin

 

 

Em nota, a CUT São Paulo repudiou ataques a entidades progressistas e cobrou punição dos culpados. “Esses ataques demostram uma política de ódio, de ressentimento e de intolerância e lembram o período pré-golpe de 1964. É lamentável que todas essas ações de violência sejam motivadas pela forma como a oposição, setores da velha mídia e do Judiciário tem se comportado, de forma irresponsável e incitando a população contra instituições e lideranças políticas”, avalia a entidade.

 

 

Também em nota, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC reprovou “os excessos das autoridades policiais que, ferindo o princípio constitucional da proporcionalidade, sem causa devida, violam os direitos e as garantias da intangibilidade dos locais particulares e da reunião das pessoas, colocando em risco a ordem pública, e insta o Poder Executivo Estadual a manter as suas forças policiais nos estritos limites da legalidade, contendo e corrigindo os abusos ocorridos e noticiados pela mídia.”

 

 

Diante do episódio, o diretório estadual do PT em São Paulo e a bancada dos deputados estaduais cobraram o governador Geraldo Alckmin (PSDB) sobre a atitude que caracterizam como “autoritária” e “antidemocrática” da Polícia Militar paulista em Diadema.

 

 

Fonte: CUT Nacional

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Publicado em:14/03/2016

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