#Notícias | 26/10/2015
Cerca de 300 militantes de vários movimentos sociais, incluindo dirigentes de vários sindicatos, reuniram-se na tarde da sexta-feira, 23 de outubro, no Clube União, em Rio Grande, para promover o pré-lançamento da Frente Brasil Popular (FBP) e a Plataforma Operária e Camponesa. O objetivo: unificar todas as entidades do campo e da cidade para defender a soberania nacional e os direitos da classe trabalhadora, ampliar a democracia e a participação popular, lutar por uma reforma política com a participação direta do povo brasileiro e promover outras reformas visando a construção de um novo projeto nacional de desenvolvimento econômico e Social.
A plenária teve duas mesas de debates. A primeira para analisar a conjuntura e a construção da FBP, formada, entre outras pessoas, pelo prefeito municipal de Rio Grande, Alexandre Lindenmeyer, pela coodenadora do Levante Popular da Juventude do RS, Ezequiela Scapini, e pelo diretor de comunicação de Federação dos Metalúrgicos, Milton Viário. A segunda, para discutir a manutenção do atual modelo de partilha do Pré-sal e o consequente destino dos royalties para a educação e a saúde públicas, reunindo o o dirigente do MBA – Movimento dos Atingidos por Barragens, Marco Antonio Trierveiler, o presidente do Sindipetro e da FUP – Federação Única dos Petroleiros, Fernando Maia da Costa, e a diretora da CNTE – Confederação Nacional de Trabalhadores em Educação, Selene Michielin Rodrigues.
Para Milton Viário, da Federação dos Metalúrgicos, “precisamos preparar a classe trabalhadora e o povo brasileiro para um novo ciclo de lutas e conquistas, um novo ciclo de desenvolvimento para o país, inclusive para contrapor a plataforma política e econômica adotada pelo governo Dilma e para barrar o avanço de uma direita fascista que saiu do armário e hoje tenta retomar o neoliberalismo para retirar direitos e retomar o poder”.
Alexandre Lindenmeyer classificou como um desafio convencer outras pessoas a serem partícipes da defesa da democracia, defender nosso país contra o retrocesso imposto por aqueles que são oposição ao governo e são contra os avanços conquistados nos últimos 12 anos.
Maia, dos Petroleiros, falou de todo o processo de luta para o país encontrar petróleo em seu solo e, mais recentemente, na camada pré-sal. Afirmou que há ainda muita batalha pela frente para garantir que os royalties sejam direcionados para a educação e a saúde dos brasileiros.
Selene Michielin Rodrigues destacou o retrocesso que setores conservadores da sociedade estão tentando impor à educação e à saúde ao quererem transferir para petroleiras estrangeiras as jazidas do pré-sal da Petrobrás e acabar com o regime de partilha para o de concessão. “Sem os recursos do pré-sal para a Educação, será impossível implementar as metas aprovadas no Plano Nacional de Educação para combater o analfabetismo, universalizar o ensino básico, equiparar os salários dos professores com os demais profissionais, para que se pague o piso nacional salarial. Por isso, não podemos abrir mão dos royalties e nem do Fundo Social”, disse.
ATO PÚBLICO
No final da tarde, depois de uma marcha que percorreu importantes avenidas da cidade, o grupo juntou-se aos quase mil trabalhadores e trabalhadoras do setor naval presentes na Praça Dr. Pio, em frente à Catedral de Rio Grande, para participar do ato público em defesa da Petrobras e dos empregos diretos e indiretos gerados pela estatal.
Sob o slogan “o petróleo é nosso e as plataformas também!”, cerca de mil trabalhadores do setor naval de Rio Grande ouviram atentamente a palavra das lideranças políticas e sindicais da região, entre as quais o prefeito Alexandre, a deputada Miriam Marroni, o presidente da FTM/CUT e do Sindicato dos Metalúrgicos de Cachoeirinha, Jairo Carneiro, o secretário de Política Sindical da CNM – Confederação Nacional dos Metalúrgicos, Loricardo de Oliveira, o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo e o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Rio Grande e São José do Norte, Benito Gonçalves.
O prefeito Alexandre falou que não deseja ver a cidade voltar ao tempo em que formava trabalhadores que iam trabalhar fora porque não havia emprego para todos. Em nome dos metalúrgicos do Brasil, Loricardo de Oliveira falou da luta da confederação para que em todos os portos o setor naval continue gerando trabalho e renda para os metalúrgicos brasileiros.
Claudir Nespolo criticou os setores conservadores da sociedade que não aceitam que plataformas sejam feitas aqui no país e que o petróleo seja explorado majoritariamente pela Petrobrás. Defendeu a mobilização da classe trabalhadora para sair às ruas defender a empresa e a geração de trabalho em nosso país. “Precisamos esclarecer a população e denunciar o senador e ex-candidato a presidente pelo PSDB, José Serra, que quer acabar com o regime de partilha e com a Petrobras. Se isso acontecer, será um enorme retrocesso para a classe trabalhadora e para a educação e saúde de nosso país”.
Por fim, Benito Gonçalves falou do desemprego causado pela crise e pela demora de retomada das obras do estaleiro. Um acordo foi firmado, mas não foi assinado pela Petrobras. “Como consequência, o canteiro de obras está fechado e cerca de 9 mil trabalhadores estão sem emprego”, disse. Gonçalves pediu a ajuda das lideranças sindicais e políticas para pressionar o governo e a Petrobras para que as obras e os empregos sejam retomados.