#Destaques | 04/09/2018
A partir de hoje estamos em estado de greve”. Com essas palavras, o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo e Região (STIMMMESL), Rogério Cidade, encerrou a assembleia com os trabalhadores na noite da última quinta-feira (30). A categoria aprovou o estado de greve por unanimidade, devido à pauta de retirada de direitos apresentada pela patronal. “Nós não vamos aceitar esse desmonte na nossa Convenção Coletiva de Trabalho (CCT)”, enfatizou.
Rogério coordenou a assembleia e relatou que, após três rodadas de negociação com a patronal, a campanha não avançou, pois a pauta dos empresários é de retirada de direitos. O STIMMMESL reivindica o índice da inflação, mais aumento real e manutenção da Convenção.
A proposta apresentada pela patronal, no dia 13 de agosto, prevê a retirada do quinquênio e da garantia ao aposentando, homologação apenas na empresa, alterações na revista pessoal, no auxílio-estudante e na marcação do ponto, férias parceladas em três vezes, banco de horas individual e trabalho aos sábados, entre outras medidas que prejudicam os trabalhadores.
Ele disse também que a patronal não quer aceitar o termo de ajuste de conduta (TAC), assinado entre a Federação dos Metalúrgicos do RS (FTM-RS) e o Ministério Público do Trabalho (MPT), que permite a contribuição de sócios e não sócios, aprovada em assembleia.
O diretor do Sindicato contou que as últimas semanas foram de intensas mobilizações nas fábricas e que a entidade está levando um abaixo-assinado nas assembleias, para que todos se posicionem contra a retirada de direitos. “E a partir da semana que vem, vamos intensificar ainda mais e vamos parar as fábricas de São Leopoldo e Região”, garantiu Rogério.
O secretário-geral do STIMMMESL, Valdemir Ferreira, que integra a mesa de negociação, ressaltou que não há outra saída, a não ser intensificar a mobilização. “Eles não estão para brincadeira, estão atacando um dos maiores sindicatos do estado para balizar as campanhas do próximo ano”, disse.
O presidente da FTM-RS, Lírio Segalla, explicou que há uma mesa estadual, que abrange vários sindicatos da categoria, que já fechou as negociações com reajuste e manutenção dos direitos. “Porém, o que acontece aqui em São Leopoldo beira a desumanidade e é um problema de toda a classe trabalhadora”. O dirigente salientou que “a única coisa que garante as conquistas dos trabalhadores são as nossas lutas e mobilizações”.
Ele citou alguns ataques que ocorreram nos últimos dois anos, como a aprovação da Reforma Trabalhista, da terceirização sem limites, da PEC 95, do desmonte de políticas públicas, da Reforma da Previdência (que ainda não foi à votação) e da entrega do pré-sal. “Os trabalhadores podem não ter consciência, mas nunca precisaram tanto dos sindicatos como agora”, enfatizou Lírio.
A data base da categoria é 1º de julho. A assessoria jurídica do STIMMMESL acompanhou a assembleia.
Fonte: Renata Machado (STIMMMESL)