#Notícias | 26/11/2015
Empresa quer trocar reajuste por abono, desrespeitando convenções coletivas de trabalho. E tenta, sem sucesso, fazer os funcionários a irem contra seus sindicatos.
Os trabalhadores em seis plantas da Gerdau que ficam em bases da CUT estão demonstrando que têm fibra e capacidade de resistência. Em todas as unidades, a empresa tem adotado práticas antissindicais e ações para coagir os metalúrgicos a trocarem o reajuste salarial por abono.
Essa proposta já foi rejeitada pelos trabalhadores de Sapucaia do Sul (na base de São Leopoldo/RS), Araçariguama (na base de Sorocaba/SP), Pindamonhangaba (SP), Vitória (ES), Recife (PE) e Natal (RN). Eles exigem que a Gerdau cumpra as convenções coletivas de trabalho assinadas com as entidades sindicais, que determinam que os salários sejam reajustados.
Na terça-feira, dia 24, mesmo com a empresa intimidando os trabalhadores, foram realizadas assembleias na portaria de quatro unidades, e em todas elas foi reafirmada a rejeição do abono no lugar de reajuste. Eles entendem que o abono só aprofunda perdas, inclusive em remunerações indiretas, como o 13º salário, o FGTS e a aposentadoria futura.
Resistência
A Gerdau tem, ao longo dos últimos dias, adotado uma série de medidas repressivas e antissindicais para tentar fazer com que os funcionários aceitem a sua proposta. Relatos feitos nessa quarta-feira, dia 25, por sindicalistas dão contas, por exemplo, de que a empresa instalou câmeras em setores estratégicos das fábricas para vigiar os funcionários, sem comunicar previamente, o que é ilegal.
Além disso, ela tem coagido trabalhadores a constituírem comissões para pressionar os sindicatos a concordarem com o descumprimento das convenções coletivas.
Diante desse impasse e dessas ações, os seis sindicatos cutistas, com apoio da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), vão buscar todas as medidas cabíveis para preservar o interesse dos metalúrgicos e assegurar o respeito à organização sindical e às convenções coletivas de trabalho.
As práticas antissindicais da Gerdau, inclusive, serão denunciadas à Organização Internacional do Trabalho (OIT). Os sindicalistas querem também uma audiência com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio para debater o problema.
Além disso, ações de solidariedade internacional já estão sendo articuladas pela IndustriALL Global Union (a federação mundial dos trabalhadores na indústria), junto aos trabalhadores na Gerdau de plantas espalhadas em diversas partes do mundo.
Fonte: Assessoria de Imprensa da CNM/CUT