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#Destaques | 22/06/2016

Delegação de brasileiros está em intercâmbio naquele país e nesta terça (21) visitou fábrica de autopeças. Lá pode ver de perto o sistema de cogestão de empresas, com participação de trabalhadores

 

Grupo fez visita à autopeças na manhã de terça-feira, 21 / Foto: CNM/CUT

 

 

Os metalúrgicos da CUT que estão em intercâmbio em Frankfurt, na Alemanha, para conhecer a estrutura sindical daquele país (leia mais aqui), visitaram na manhã desta terça-feira (21) a autopeças Norma Group. Durante a visita, a delegação brasileira tirou dúvidas sobre a organização sindical na empresa, além de conhecer a realidade dos trabalhadores no chão de fábrica.

 

O presidente do conselho de empresa, Klaus Ditzel, que representa os trabalhadores, explicou aos brasileiros como funciona o sistema de cogestão, previsto em lei. “Empresas a partir de cinco funcionários já devem, pela legislação, ter espaço de representação de trabalhadores na administração. O sistema de cogestão estabelece diferentes níveis de intervenção dos trabalhadores nos conselhos de deliberação da empresa, desde o acesso a informações até direito a voto e a veto em certas decisões”, afirmou.

 

Para o secretário geral em exercício da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Loricardo de Oliveira, o modelo alemão de cogestão poderia ser implementado no Brasil, mas antes seria necessário organizar o local de trabalho. “Se firmada no Brasil, a cogestão não pode esquecer da solidariedade entre trabalhadores da mesma empresa no mundo todo. Mas antes disso, precisamos nos organizar no local de trabalho, através de comitês sindicais por empresa, que ainda não é tão presente no Brasil”, disse.

 

Delegação de metalúrgicos cutistas que estão em intercâmbio na Alemanha / Foto: CNM/CUT

 

 

Se o modelo de representação é diferente, assim como no Brasil a participação masculina na indústria metalúrgica é predominante. A alemã Norma, que tem 620 trabalhadores, possui apenas 50 mulheres, sendo que apenas 10 estão da produção.

 

“No Brasil, os sindicatos têm a preocupação de colocar em acordos coletivos a contratação de mulheres para que a participação delas seja maior. Além disso, fazemos campanhas específicas de sindicalização para que a mulher metalúrgica também ocupe lugares de liderança na organização sindical”, contou a secretária de Comunicação da CNM/CUT, Claudia Albertina, que também é coordenadora do Comitê Sindical de Empresas (CSE) na Ford de Taubaté.

 

A visita faz parte da preparação para a 4ª Conferência Expressões da Globalização – Juntos Pensando o Futuro, que começa nesta quarta-feira (22) e se estende até sexta-feira (24). A atividade é uma realização da Fundação Hans Böckler (ligada ao IG Metall, Sindicato Nacional dos Metalúrgicos na Alemanha) e da CNM/CUT, em parceria com o Instituto Integrar e o IG Metall. O projeto teve início em 2009, com uma conferência no Brasil. Em 2012, foi a vez dos brasileiros irem à Alemanha. Já 3º Conferência aconteceu novamente no Brasil, em novembro de 2014.

 

Este ano, os participantes vão discutir temas como a situação política e econômica da Alemanha e Brasil, medidas para fortalecer a indústria metalúrgica brasileira, relações industrias na Alemanha, tendências de precarização de trabalho no Brasil e novos conceitos de mobilidade para as metrópoles.

 

Fonte: Shayane Servilha – Assessoria de Imprensa da CNM/CUT

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Publicado em:22/06/2016

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