#Destaques | 10/05/2023
O metalúrgico gaúcho Loricardo de Oliveira é o novo presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores da CUT (CNM/CUT). A eleição da nova diretoria ocorreu na abertura do 11º Congresso da da entidade “Reconstruir o Brasil de forma sustentável e humanizada com trabalho decente, soberania, renda e direitos”, realizado em Guarulhos (SP).
Metalúrgico há mais de 25 anos, Loricardo é trabalhador metalúrgico de Campo Bom, da base de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. Seu primeiro emprego foi como ajustador de peças. Em 1991 entrou para a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo (RS), onde construiu sua trajetória até chegar na CUT-RS em 2006. Em 2011, foi eleito para a diretoria da CNM/CUT, para seis anos depois substituir João Cayres na secretaria geral da entidade, cargo que mantinha até esse congresso. .
Em seu discurso de posse, o novo presidente destacou a campanha que a CNM/CUT quer encabeçar pedindo o impeachment do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em protesto pela política de juros nociva à economia brasileira. “Não vai ter indústria ou desenvolvimento nesse país se houver alguém botando o pé na porta e impedindo isso”, disse Loricardo.
Ele também afirmou que a eleição do presidente Lula é o momento propício para a classe trabalhadora colocar sua pauta na agenda de governo e fazer parte do processo de reindustrialização do país.
“Nós, da classe trabalhadora, temos rumo, que é o plano Indústria 10+. Queremos de volta o desenvolvimento ao país, mas com renda e trabalho decente. Queremos ver a indústria se desenvolver sem competição entre os estados, mas colocando todos em condições de igualdade, com empregos para todos e todas nesse país”, pontuou.
Loricardo também salientou a importância de ter mais jovens e mulheres na composição da nova diretoria da entidade (Veja a lista completa da chapa eleita abaixo). Ele enxerga como desafios futuros a busca pelo contrato coletivo nacional e melhorar a organização no local de trabalho.
Responsabilidade social
O agora ex-presidente, Paulo Cayres, conduziu a assembleia de votação que referendou a chapa eleita. Em seu discurso de despedida do cargo, ele relembrou o último Congresso, realizado em 2019, quando a pauta da categoria era a defesa de Lula Livre e comparou a conjuntura atual, onde, depois de muita luta do movimento sindical e social, Lula pode ser solto e reeleito pela terceira vez presidente da República.
Em um discurso enfático, Paulão conclamou os sindicalistas a irem além da defesa da pauta trabalhista e se engajarem também na luta por justiça social e direitos humanos. “Esse espaço aqui não pode ser contaminado pelo racismo, fascismo, feminicídio e homofobia”, alertou o dirigente.
Ele recordou o recente caso de racismo ocorrido dentro de loja do grupo Carrefour, na Bahia, como mazela a ser combatida dentro da sociedade e disse que o movimento sindical precisa assumir sua responsabilidade de luta nesses momentos, pois é seu papel como integrante do campo de esquerda.
Representatividade e desafios
Sindicalistas de diversos ramos e entidades do Brasil e exterior, integrantes de movimentos sociais e políticos estiveram na mesa de abertura do 11º Congresso da CNM/CUT saudando a antiga e nova diretoria da entidade e fortalecendo laços de solidariedade de classe. A abertura do evento começou com execução do hino nacional e, na sequência, com um show de rap.
Uma mística em homenagem aos trabalhadores e trabalhadoras no chão de fábrica e a todas as entidades em que a CNM/CUT faz parte.
O presidente da CUT Nacional, Sérgio Nobre, fez a defesa da chapa eleita e agradeceu em nome da central a luta que os metalúrgicos fizeram na defesa dos trabalhadores nos últimos anos. Ele também elogiou a iniciativa da campanha pela queda de Roberto Campos Neto da presidência do Banco Central.
Ele também destacou a importância da CNM/CUT para a reindustrialização do país. “A reindustrialização é fundamental para o desenvolvimento do país com geração de emprego e renda e esta confederação está à frente desta luta. A nova direção tem uma responsabilidade muito grande com o país e com a classe trabalhadora”, destacou.
Silvana Kaproski, bancária e presidenta do PT de Guarulhos, cidade onde o Congresso é realizado, falou da importância do movimento sindical na luta dos últimos anos desde o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff e disse que os sindicalistas precisam ter orgulho da resistência demonstrada durante esses últimos anos, pois eles nunca abaixaram a cabeça, e que a eleição de Lula mostra que a classe trabalhadora está cada vez mais viva e atuante.
Também estiveram na mesa de abertura: Del Vecchio Matheus, da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); Liciane Andreoli, da coordenação do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB); Geralcino Teixeira, presidente da Confederação Nacional do Ramo Químico da CUT (CNQ); Claudio Gomes, presidente da Confederação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores nas Indústrias da Construção e da Madeira da CUT (Conticom-CUT); Mônica Veloso, vice-presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos da Força Sindical (CNTM); Kemal Ozkan, secretário-geral adjunto da IndustriALL Global Union; Vagner Freitas, presidente do Sesi; e Teonílio Monteiro da Costa (Barba), metalúrgico e deputado estadual (PT-SP).
Fonte: Redação CNM-CUT