#Destaques | 09/09/2022
Nessa quinta-feira (8), o Sindicato esteve em frente à Maxiforja nos turnos da manhã e da noite realizando uma paralisação junto aos trabalhadores e trabalhadoras, que cruzaram os braços e atrasaram a pegada do primeiro turno. O motivo é o número significativo de acidentes de trabalho registrados nas últimas semanas, o que levantou um alerta sobre a segurança dentro da empresa. Além dos episódios, a resolução dos casos também se coloca como um problema, visto que a empresa adota uma postura de descaso e lentidão com os companheiros feridos.
“É papel da empresa assegurar que as máquinas sejam operadas da melhor forma, disponibilizando as capacitações para os operadores, a fim de evitar os acidentes como os que vimos nas últimas semanas”, lembrou o dirigente Antonio Munari em frente à fábrica.
O dirigente Leandro Freitas, que atua no chão de fábrica, destacou a importância dos companheiros se conscientizarem sobre o que está ocorrendo na empresa, principalmente quanto à atitude dos líderes. “Não é às custas da nossa saúde que a gente vai enriquecer essa empresa, nossas lideranças têm virado as costas para a realidade que estamos enfrentando, nós precisamos chegar para trabalhar e ir embora inteiros”.
Luciano Sartori, dirigente que acompanha a resolução dos casos na empresa, criticou a demora dos técnicos de segurança do trabalho em investigar as máquinas para apontar as causas dos acidentes. “É até uma vergonha dizer que existe técnico de segurança do trabalho aqui”.
“A Maxiforja tem um discurso muito bonito pra fora, mas dentro a realidade tem sido muito diferente. Uma semana de contrato e o funcionário já está operando a máquina? Que segurança do trabalho é essa?”, questionou o tesoureiro do Sindicato, Flávio Souza.
Nas últimas semanas, foram registrados cerca de 7 acidentes na empresa. Somente nesta semana, foram dois novos casos, em que um dos trabalhadores sofreu amputação e no outro não ocorreu bloqueio da máquina para investigar o ocorrido. Desta forma, a presença do Sindicato na frente da empresa buscou informar os trabalhadores sobre o que vem ocorrendo e fortalecer a pressão sobre a empresa, não só para que se tenha agilidade na resolução dos casos, mas também para que seja reforçada a atenção quanto à segurança no local de trabalho, a fim de evitar novos acidentes.
Convenção Coletiva e Cipa garantem a proteção dos trabalhadores
A garantia de um ambiente de trabalho adequado e seguro é de total responsabilidade do empregador e das empresas. Porém, a proteção para os casos em que este direito fundamental não é respeitado só existe por meio do Sindicato e das entidades de defesa da classe trabalhadora.
No que diz respeito à segurança no local de trabalho, a CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) tem papel de destaque, podendo interditar máquinas, acionar o Sindicato e, consequentemente, o Ministério Público do Trabalho para a resolução das más condições no local de trabalho. Desta forma, é importante que os trabalhadores conheçam os cipeiros da empresa e sempre relatem as irregularidades e violações que comprometem a segurança para o trabalho. “Toda vez que tem um acidente é porque existem condições para que isso aconteça, não é culpa do trabalhador”, destacou o vice presidente Silvio Bica.
Além da CIPA, que acompanha o dia a dia do trabalhador no chão de fábrica e fiscaliza as condições, a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) também contém dispositivos que reforçam a responsabilidade e as obrigações da empresa nos casos de acidente no local de trabalho. Ainda, as Normas Regulamentadoras (NRs) dão uma base para a adequação dos ambientes dentro da empresa, ao incentivar a implementação de políticas e parâmetros de qualidade que devem ser seguidos pelas indústrias.
“Quando o assunto é segurança, podemos ficar o dia inteiro aqui falando, porque essa é uma das nossas prioridades! Na nossa CCT tem uma cláusula que obriga o empregador a acompanhar o trabalhador acidentado até ter o devido atendimento e encaminhamento, o que sabemos que não tem acontecido aqui”, lembrou o presidente do Sindicato, Paulo Chitolina.
Por fim, o Comunicado de Acidente de Trabalho (CAT) é também um direito fundamental dos trabalhadores, pois garante não só o registro de nexo do acidente com a empresa, e esta passa a estar sujeita à multa, como também é o documento que garante o encaminhamento à perícia e para o benefício previdenciário, quando necessário afastamento por mais de 15 dias.
Neste sentido, o presidente do Sindicato fechou a assembleia a importância de levar ao conhecimento do Sindicato os casos de acidente de trabalho. “Nós pedimos que caso precisem encaminhar a CAT, deem prioridade para isso, falem direto no Sindicato, porque tudo o que a empresa quer é que vocês percam o prazo, porque eles não querem registrar os casos e extrapolar o limite anual de acidentes, o que gera uma multa para a empresa”.
Fonte: STIMMMEC