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#Notícias | 19/05/2017

 

Em defesa da democracia, mais de 30 mil pessoas saíram às ruas do centro de Porto Alegre no início da noite desta quinta-feira (18), gritando palavras de ordem como “Fora Temer” e “Diretas Já”. Após concentração na Esquina Democrática, onde foi realizado um ato com pronunciamentos de centrais sindicais e movimentos sociais, os manifestantes foram em caminhada pela avenida Borges de Medeiros até o Largo Zumbi dos Palmares. Além de trabalhadores, a mobilização atraiu muitos jovens.

 

 

 

 

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Na esquina da rua Jerônimo Coelho com a Borges, um pelotão do batalhão de choque da Brigada Militar estava postado para impedir que os manifestantes fossem até o Palácio Piratini, na Praça da Matriz. O trajeto entre a Esquina Democrática e o Largo Zumbi dos Palmares transcorreu sem incidentes.

 

 

 

 

 

Após o término dessa caminhada, um grupo de manifestantes se dirigiu para a esquina da avenida Ipiranga com a Érico Veríssimo, onde está localizado o prédio do jornal Zero Hora e da Rádio Gaúcha, do grupo RBS. O choque da Brigada impediu a aproximação desse grupo e chegou a lançar algumas bombas de gás contra os manifestantes. Até o final da noite,  não havia registro de detidos ou feridos.

 

 

 

 

 

No final da noite, em meio às notícias sobre os áudios das gravações envolvendo Michel Temer e Aécio Neves, os manifestantes combinavam a participação no ato desta sexta-feira, às 17h30, atendendo ao novo chamamento das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que anunciaram a intensificação dos atos de rua nos próximos dias para acelerar a queda do governo e interromper a tramitação no Congresso Nacional das reformas da Previdência e trabalhista no Congresso Nacional. No próximo domingo (21) haverá ato no Parque da Redenção e na quarta-feira (24) está prevista uma ocupação em Brasília, além de novo ato na Esquina Democrática.

 

 

 

 

A mobilização desta quinta-feira foi uma resposta contundente em menos de 24 horas à denúncia bombástica contra o presidente golpista Michel Temer (PMDB), divulgada no início da noite de quarta-feira (17). No começo da tarde, já havia sido realizada uma vigília pela democracia, no mesmo local. Por volta das 16h, o presidente golpista fez um pronunciamento onde garantiu que não renunciaria.

 

 

 

 

 

“Neste momento, há atos públicos em diversas regiões do Rio Grande do Sul, como Caxias do Sul, Pelotas, Santa Maria, Rio Grande  e Pelotas, e em outros estados. E nós estaremos aqui de novo amanhã, domingo realizaremos um grande ato na Redenção e não sairemos das ruas até derrotarmos esse governo golpista e termos eleições diretas”, prometeu o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo.

 

 

 

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“Temos hoje cerca de 14 milhões de desempregados no Brasil que não podem esperar até 20128. Não será essa corja de ladrões de direitos e de ladrões propriamente ditos que interromperam o ciclo de avanços sociais no país. Nada substitui a população nas ruas como estratégia para derrotar esse governo usurpador”, disse Claudir.

 

 

 

 

 

O dirigente da CUT-RS salientou a necessidade de ampliar a mobilização e a resistência e fazer a denúncia das maldades do governo. “Precisamos da ajuda de todos, porque não vai ser a Rede Globo que irá mostrar isso, mas eles interromperam um ciclo de investimento e crescimento do Brasil”, frisou Claudir ao falar sobre as reformas da Previdência e Trabalhista.

 

 

 

 

“A classe trabalhadora precisa debater a solução, que é parar as reformas, recuperar a Petrobras, o pré-sal e antecipar as eleições. “Diretas já!”, finalizou.

 

 

 

 

Botar os golpistas para correr

 

 

O secretário-geral da UGT-RS, Norton Jubelli, contou um fato inusitado que acontecera ao longo do dia. Inúmeros políticos e militantes de direita apagaram fotos com o senador Aécio Neves e com o Temer. “O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan, foi um dos que apagou as fotinhos com Aécio. Mas não adianta, nós sabemos que todos são farinha do mesmo saco e vamos denunciar”, disse.

 

 

 

 

Já o dirigente da CGTB, Éder Pereira da Silva, acredita que é uma questão de tempo para os corruptos deixarem o poder. “E vão sair de camburão, com certeza”, apontou alertando ainda que a campanha contra as reformas não pode enfraquecer, “pois eles não podem ter chance para aprovar as reformas”.

 

 

 

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A dirigente da Intersindical, Neiva Lazzarotto, afirmou que este é o momento de intensificar a resistência. “Vamos botar esses golpistas para correr. O pato da Fiesp vai explodir e nós não vamos sair da rua”, garantiu.

 

 

 

 

Para o dirigente da CSP/Conlutas, Erico Correa, os governos que se elegem com dinheiro das empreiteiras e de grandes empresas são mais que corruptos, são assassinos. “Pois é deles a responsabilidade de quem morre nas filas”, exemplificou e acrescentou que este tem que ser mais um motivo na luta pelas diretas já.

 

 

 

 

Recordando a longa jornada de lutas contra o golpe e a resistência, o presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor, disse “que vamos continuar nas ruas até tirarmos os golpistas do poder”. De acordo com ele, esse governo, que não reeleito e está trabalhando contra o povo, conseguiu a unidade das centrais.

 

 

 

 

O diretor do Sindicato dos Trabalhadores no Judiciário Federal do Rio Grande do Sul (Sintrajufe-RS), Cristiano Moreira, disse que a estratégia para os próximos dias é não sair das ruas até atingir o objetivo principal: a renúncia de Temer, a convocação de eleições diretas já e a retirada das reformas da Previdência e Trabalhista da pauta do Congresso Nacional.

 

 

 

 

O sindicalista convocou todos os presentes a trabalharem para construir uma grande mobilização nacional no dia 24, que deve ser um preparativo para uma nova greve geral, talvez por tempo indeterminado.

 

 

 

 

 

O representante da UNE, Giovani Selau, também defendeu as mobilizações nas ruas como arma para “derrotar esse governo inimigo do povo, dos trabalhadores e da juventude”.

 

 

 

 

 

 

Agenda de mobilização

 

Sexta-feira (19), às 17h30, acontece mais um ato “Fora Temer” e “Diretas já”, na Esquina Democrática.

 

Domingo (21), às 11h, a mobilização acontece no Parque da Redenção, junto ao Monumento do Expedicionário;

 

Quarta-feira (24) será realizado o “Ocupa Brasília” e às 17h30 haverá ato na Esquina Democrática.

 

 

 

 

Fotos: Renata Machado (CUT-RS) e Maia Rubim (Sul21)

Fonte CUT-RS com Marco Weissheimer – Sul21

 

 

 

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Publicado em:19/05/2017

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