#Notícias | 26/10/2017
Por 251 votos a 233, o plenário da Câmara Federal decidiu livrar o presidente Michel Temer da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). O mandatário é acusado dos crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça. Com isso, o peemedebista não poderá ser investigado e o processo será arquivado, assim como ocorreu com a primeira denúncia, votada em agosto deste ano. Nesta votação, Temer recebeu 12 votos a menos que na primeira.
Entre os partidos que orientaram as bancadas a votarem a favor de Temer, estão PMDB, DEM, PR, PTB, PSD, Pros, Solidariedade, PSC e PP. Do outro lado da decisão, PT, PCdoB, Psol, Rede, PDT, PHS, Podemos e PSB indicaram o voto contrário ao presidente, pedindo a apuração dos fatos apontados pela PGR.
Já o PV e o PSDB, que integram a base aliada, não conseguiram fechar questão em torno da pauta e liberaram os deputados para votarem como quiserem. Durante o processo, que teve voto aberto, dois deputados se abstiveram e 25 estiveram ausentes.
Tensão
Com duração de duas horas e meia, a votação ocorreu sob clima de tensão e acirramento da disputa entre base aliada e opositores. Um dos momentos de destaque se deu quando o deputado Wladimir Costa (Solidaridade-PA) ergueu em plenário uma faixa com a frase “Deixe o homem trabalhar; vão procurar o que fazer”, em referência ao voto favorável a Temer.
A atitude provocou reações da oposição, que respondeu com cartazes alusivos às barganhas realizadas pelo Planalto para garantir o apoio da base na votação. Segundo levantamento feito pelo Psol, o montante gasto com emendas parlamentares chegou a R$ 1,8 bilhão entre setembro e outubro. Esse valor somado a outras concessões – como, por exemplo, a anistia de dívidas empresariais através do Refis – atinge a casa dos R$ 250 bilhões.
Duas sessões
A primeira sessão do dia foi aberta pouco depois das 9 horas da manhã, mas se encerrou por volta das 14 horas sem a votação, por falta de quórum. Somente no início da noite, durante uma segunda sessão, o plenário atingiu as 342 presenças necessárias para votar a pauta.
A demora foi uma estratégia da oposição de esvaziar o plenário para tentar impedir a votação e adiar a consulta para as próximas semanas, na tentativa de desgastar ainda mais o governo e ampliar a possibilidade de votos entre os dissidentes da base aliada.
Denúncia
Além de Michel Temer, são alvos da denúncia apresentada pela PGR os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco. Os três são acusados de arrecadar R$ 587 milhões em propinas pagas por empresas investigadas no âmbito da Lava Jato, entre elas a JBS. Todos eles negam as acusações e se dizem vítimas de perseguição política.
Fonte: Brasil de Fato