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#Destaques | 01/06/2016

Governo ilegítimo apresenta propostas que representam um retrocesso aos diretos sociais e trabalhistas / Foto: Ilustração

 

 

 

A crise que o Brasil enfrenta tem um sentido muito mais amplo do que lemos nos jornais. Sentimos no dia a dia de nossas famílias, o resultado de uma economia estagnada fruto de um embate político perigoso, que ameaça a democracia.

 

 

O golpe que está em andamento é um golpe no povo brasileiro. Por trás de uma crise econômica amplificada pelos meios de comunicação, pelo empresariado e por boa parte dos políticos do Congresso Nacional, está o projeto de reduzir direitos trabalhistas e sociais. Como? Responsabilizando os trabalhadores pela crise.

 

 

Na última terça-feira, 24 de maio, o presidente interino, Michel Temer, anunciou algumas medidas para “alavancar” a economia, que explicitam o posicionamento do novo governo de supressão de direitos, de privatizações e de entrega do patrimônio nacional. Medidas econômicas que só beneficiarão aos ricos, aos empresários, ao setor financeiro. Veja algumas medidas:

 

 

Reforma da Previdência

 

 

A equipe econômica trabalha em uma reforma completa da Previdência. Já foi divulgado na mídia a intenção de mudar a forma de concessão com aumento do tempo de contribuição e aumento da idade mínima para a aposentadoria.

 

 

Revisão da participação da Petrobrás no pré-sal e extinção do fundo soberano

 

 

Vigora desde 2013 a lei que destina 75% dos royalties (lucro) do pré-sal para a educação e 25% para a saúde. Também, 50% dofundo soberano é direcionado para os mesmos fins. Na prática, o novo governo pretende entregar a exploração de petróleo do pré-sal para as grandes empresas privadas e usar o valor do fundo soberano para pagar a dívida pública. Quem perde é a saúde e a educação, por exemplo: serviço da SAMU, farmácia popular, formação profissional e universidade gratuita.

 

 

Orçamento da União vai congelar repasses para saúde e educação

 

 

Além da perda de recursos da exploração do pré-sal, será estabelecido um teto para os gastos públicos, limitado à inflação do ano anterior (ou seja, sem aumento real), reduzindo os gastos do Governo Federal com saúde e educação.

 

 

Subsídios contidos

 

 

Outra medida é de não elevar o volume de subsídios concedidos. São estes incentivos que estimulam a atividade econômica com consequências para a geração de emprego. Ao tomar esta posição, o Poder Executivo retira ajuda para a agricultura, aquisição de máquinas e projetos de habitação como o Minha Casa Minha Vida.

 

 

Quem vai pagar a conta?

 

 

Fazer um ajuste nos gastos do Governo é necessário. O que precisamos ficar alertas é sobre quem vai pagar essa conta.

 

 

Por que não cortar os recursos para o pagamento dos juros da dívida pública? De acordo com a Auditoria Cidadã da Dívida Pública, no ano de 2014, o Orçamento Geral da União foi de mais de R$ 2 trilhões. Deste montante, R$ 978 bilhões (que representam 45% dos recursos) foram gastos com o pagamento de juros e amortizações, dinheiro que beneficia meia dúzia de especuladores financeiros que não produzem um parafuso sequer. Para se ter uma ideia, em educação foram gastos 3,73% e na saúde, 3,98%.

 

 

Companheiros/as, nossa próxima tarefa será preparar a resistência contra essa ofensiva.

 

 

Nenhum direito a menos!

 

 

Emprego e renda são prioridades para os metalúrgicos

 

 

Vivemos momentos de instabilidade política com forte impacto na economia do país. Os reflexos da crise, causada pelo jogo de interesses promovido por alguns setores da sociedade, se agravam, como o desemprego e a inflação.

 

 

O que devemos ter consciência é que essa crise, que afeta diretamente a classe trabalhadora, tem um poder muito mais devastador. O remédio proposto pelo governo da presidenta Dilma já era amargo, mas, agora, o presidente interino apresenta um projeto de mudanças estruturais baseadas na retirada de direitos dos trabalhadores e do povo brasileiro.

 

 

O foco da campanha salarial 2016 dos metalúrgicos do Rio Grande do Sul é a manutenção dos empregos e do poder de compra dos salários. A geração de postos de trabalho, a renda e os direitos sociais devem ser o centro da política de governo, para que o país volte a crescer e combater as graves desigualdades sociais. Só conseguiremos avançar com mudanças na política econômica por meio de medidas como a redução da taxa de juros, a recuperação do crédito e investimentos em infra-estrutura, por exemplo.

 

 

Os trabalhadores gaúchos também sofrem com o altíssimo Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), medida do governador Sartori para aumentar a arrecadação, que tornou o Rio Grande do Sul um dos estados mais caros do país. Aqui, nós pagamos mais pelo combustível, telefonia, energia e cesta básica. Esta não é a saída para o desenvolvimento do Estado. Exigimos que o governador reduza a alíquota do ICMS e reavalie a política econômica estadual. Há saídas que não massacram a classe trabalhadora.

 

 

É hora de mobilizar e lutar

 

 

A pauta de reivindicações da categoria, para a campanha salarial 2016, já foi entregue aos patrões. Este ano nossa pauta é enxuta e contempla a recomposição dos salários (o que significa 9,83% de reposição da inflação acumulada no período de um ano), mecanismos contra as demissões e redução de jornada de trabalho. As primeiras rodadas de negociações com o sindicatos patronais já estão marcadas para esta primeira semana de junho.

 

 

Companheiros, mais do que nunca, precisamos manter uma forte mobilização em defesa de nossos empregos e da reposição das perdas salariais que aconteceram com a inflação. Nossa categoria tem uma trajetória histórica de batalhas, já passamos por muitas adversidades e por diferentes contextos políticos. Vencemos e conquistamos com união da classe. O momento atual exige muita garra de cada um de nós para que nosso trabalho seja mantido e valorizado. Estamos fazendo a nossa parte e queremos que os patrões assumam o compromisso em preservar postos de trabalho.Tudo o que temos hoje foi fruto de muitos anos de luta!

 

 

Fonte: Federação dos Metalúrgicos do RS

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Publicado em:01/06/2016

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