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#Destaques | 15/04/2019

 

A inflação de março aumentou para todas as faixas de renda pelo quarto mês consecutivo, mas a queda no poder de compra provocada pela alta nos preços afetou mais a classe com menos poder aquisitivo, de acordo com o Indicador IPEA de Inflação por Faixa de Renda, divulgado na última sexta-feira (12).

 

Em março deste ano, a inflação da classe mais baixa foi 20 vezes maior do que a registrada no mesmo mês de 2018, enquanto a da classe mais alta foi 6,5 vezes maior.

 

Segundo o IPEA, o que explica essa disparidade nas taxas é o comportamento dos alimentos no domicílio, que apontaram deflação no ano passado. E também, a queda de preço nas tarifas de ônibus intermunicipais e interestaduais e a menor alta dos aluguéis em março de 2018. Esses itens “beneficiaram mais significativamente a inflação dos mais pobres no ano passado”.

 

As maiores altas

 

As maiores contribuições para o aumento da inflação em todas as faixas de renda em março deste ano vieram de itens que afetam mais as famílias de menor poder aquisitivo, como cereais (5,2%), tubérculos (18,7%), hortaliças (6,1%) e frutas (4,3%).

 

Os preços dos alimentos foram os principais responsáveis pela inflação de 0,8% na classe mais baixa e responderam por 64% dessa variação total. Ainda que em menor escala, a alta dos transportes também impactou esse segmento, devido aos reajustes nas tarifas de ônibus urbano (0,9%) e de trens (2,1%).

 

No acumulado do ano, a inflação das famílias de renda mais baixa apontou variação de 1,73%, com 0,24 ponto percentual acima da registrada pelas famílias mais ricas (1,49%).

 

Na comparação das taxas acumuladas em 12 meses, essa alta da inflação do segmento mais pobre é ainda mais significativa. De abril de 2018 a março de 2019, a inflação da classe de menor poder aquisitivo acumulou alta de 4,96%, ou seja, 0,67 ponto percentual acima da registrada na parcela de renda mais elevada (4,28%).

 

Já o segmento de renda mais alta observou uma variação de 0,7% na inflação em fevereiro. Nessa faixa, embora os alimentos também tenham exercido certa pressão inflacionária (0,23 ponto percentual), itens como leites e derivados (0,49%), carnes (0,63%) e bebidas (-0,15%), que impactam as famílias mais ricas, apresentaram comportamento mais favorável. Para esse grupo, a maior variação veio dos transportes (0,32 ponto percentual).

 

O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda é calculado com base nas variações de preços de bens e serviços pesquisados pelo Sistema Nacional de Índice de Preços ao Consumidor (SNIPC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

Fonte: CUT Nacional

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Publicado em:15/04/2019

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