Uma reunião realizada na Prefeitura Municipal de Canoas na tarde deste domingo, 18 de outubro, selou o atendimento pelo governo federal das reivindicações feitas pelo prefeito Jairo Jorge e outras autoridades vinculadas à cidade, como os deputados Nelsinho e Marco Maia, ex-dirigentes sindicais metalúrgicos, e por diretores do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita, representados na ocasião pelos diretores executivos Paulo Chitolina (presidente), Flávio de Souza (Flavião), André Soares (Índio) e Cledenir Paim, acompanhados pelo presidente estadual da CUT, Claudir Nespolo.

O representante do governo federal, ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rosseto, anunciou medidas urgentes que já estão em andamento para a região e que vão contemplar Canoas e Nova Santa Rita, município este também representado na reunião pela prefeita Margarete Ferretti e pelo deputado Dionilso Marcon.

Entre as medidas está a liberação do FGTS para famílias de cidades assoladas pela quantidade de chuva e granizo das últimas semanas. Rossetto disse que as famílias de todas as cidades (cerca de 28) que decretaram ou estariam decretando estado de “calamidade pública” poderão obter cada uma a liberação de até R$ 6.200,00 do FGTS para financiar a reparação dos prejuízos. Um acordo com a categoria bancária, atualmente em greve, vai permitir que os beneficiados tenham acesso a estes recursos no menor tempo possível.

Além da liberação do FGTS, Rossetto anunciou outras medidas como a liberação de 2,5 milhões de kits de emergência contendo colchões, materiais de higiene e limpeza e outros produtos básicos, a antecipação do Bolsa Família e de benefícios de prestação continuada para as famílias carentes, e a liberação de recursos para as cidades realizarem obras de recuperação de ruas, passeios e prédios públicos (escolas, postos de saúde, hospitais etc) atingidos pelas cheias e pelo granizo. “Há um sistema de acompanhamento diário do Governo Federal, por meio da Defesa Civil, da situação dos estados e municípios atingidos pelas chuvas. Com essas ações, de uma forma muito concreta e objetiva, estamos colaborando com as famílias”, disse o ministro.

Canoas e Nova Santa Rita

Durante a reunião, os prefeitos de Canoas e Nova Santa Rita apresentaram um balanço da situação das cidades de nossa base metalúrgica.

Em Canoas, os impactos causados pelas chuvas e pelo granizo afetaram mais de 30 mil pessoas, entre estas estão 700 desalojados (pessoas obrigadas a abandonar sua habitação de forma temporária ou definitiva) e 1.700 desabrigados (pessoas que perderam tudo e dependem de abrigos públicos). Boa parte da cidade ainda sofria com a falta de água e luz no domingo, situação que deve se normalizar no início desta semana. Desde a madrugada de quarta-feira, 14 de outubro, a prefeitura entregou mais de 230 mil m² de lonas e mais de 30 mil telhas aos atingidos pelas chuvas. Neste período, cerca de 12,5 mil pessoas procuraram a Defesa Civil e subprefeituras em busca de auxílio. “Neste momento, entre as necessidades maiores, a população atingida precisa de alimentos, colchões e móveis para as pessoas”, observou o prefeito. A Defesa Civil do município está arrecadando doações que podem ser entregues na Rua Marechal Rondon, número 100, bairro Niterói.

Segundo a prefeita Margarete Ferretti, em Nova Santa Rita aconteceu a destruição de aproximadamente 2.000 telhados em residências e avarias em grande parte dos cultivos nas áreas rurais, afetando diretamente a economia do município, e em prédios públicos, como postos de saúde, escolas e salas da administração direta. Também cerca de 50 postes de energia elétrica tombaram, ocasionando perdas e transtornos nas vias públicas.