#Destaques | 14/04/2016
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) é a poderosa entidade dos empresários que está na linha de frente do golpe do impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Mandou fazer até um pato inflável amarelo gigante e outros patinhos menores, exibidos em manifestações dos “coxinhas” na capital paulista e agora instalados em frente ao Congresso Nacional, em Brasília. Neles está escrito: “não vou pagar o pato”.
O que move esses empresários certamente não é o combate à corrupção, mas sim os interesses patronais na retirada de direitos trabalhistas, como a possibilidade de aprovação de projetos de lei como a prevalência do negociado sobre o legislado e a terceirização sem limites, dentre outros tantos, o que significaria o fim da CLT e a perda de conquistas históricas dos trabalhadores. Trata-se de uma nova versão do cavalo de Troia sob forma de pato.
Esses interesses foram manifestados abertamente pelo vice-presidente da Fiesp e presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, durante entrevista concedida em 2014 para o jornalista Fernando Rodrigues, do UOL. O chamado “barão do aço” defendeu sem fazer rodeios a flexibilização das leis trabalhistas,
Steinbruch expressou as ideias de parcelas dos empresariado. Para ele, o intervalo de uma hora de almoço, previsto na CLT, é tempo muito longo. E todos os direitos previstos na CLT poderiam ser negociados diretamente entre o patrão e o trabalhador.
Leia duas opiniões que não deixam dúvidas sobre as intenções dos golpistas da Fiesp:
– sobre os direitos trabalhistas
“Pô, tem de ver se o empregado quer também. Por exemplo, se você propõe reduzir metade dos direitos dele, e metade vai para o bolso dele, eu te garanto que os empregados vão querer que metade vá para o bolso”.
– sobre o horário de almoço:
“Por exemplo, aqui a gente tem uma hora de almoço. Se você vai numa empresa nos Estados Unidos, normalmente não precisa de uma hora de almoço, porque o cara não almoça em uma hora. Você vai nos Estados Unidos você vê o cara almoçando, comendo um sanduíche com a mão esquerda e operando a máquina com a mão direita. Ele tem 15 minutos para o almoço. Eu acho que se o empregado se sente confortável em diminuir este tempo, porque a lei obriga que tenha esse tempo?”
Clique aqui para assistir ao vídeo da entrevista do vice da Fiesp.
Não vamos pagar o pato
O presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, alerta os trabalhadores e a sociedade para o fato de que “a entrevista do vice da Fiesp confirma a estratégia dos golpistas do impeachment de precarizar o trabalho para aumentar os lucros do capital”.
Para ele,”o vídeo comprova que eles querer tirar a Dilma para fazer a classe trabalhadora pagar o pato e, por isso, é fundamental continuar a mobilização, a fim de pressionar os deputados em defesa da democracia, dos direitos sociais e trabalhistas e contra o golpe”.
Fonte: CUT-RS com Jornal GGN