#Notícias | 12/11/2020
No domingo, vamos às urnas para escolher os representantes políticos que terão mandatos nos próximos quatro anos nas Prefeituras e Câmaras de Vereadores de mais de 5 mil municípios em todo o Brasil. Por meio do voto consciente, a classe trabalhadora deve se organizar para ficar fortalecida na cidade, elegendo candidatos e candidatas que tenham compromisso com o desenvolvimento local por meio do emprego e da renda. E ainda, estando atenta com aqueles que nos últimos anos foram favoráveis ao desmonte de direitos trabalhistas e previdenciários.
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Desde 2017, os trabalhadores de todo o país estão pagando o preço da crise. A Reforma Trabalhista (Lei 13.467/17) modificou profundamente a CLT, retirando direitos e fortalecendo a relação direta entre o empregador e o empregado. Junto a isso, buscou enfraquecer as entidades de representação e defesa dos trabalhadores (sindicatos e Justiça do Trabalho), criando assim um cenário de insegurança e incertezas, muito contrário às promessas de geração de emprego que sustentaram sua aprovação. Hoje, com 3 anos de vigência da Reforma, o Brasil tem 13,8 milhões de desempregados e mais de 38 milhões de trabalhadores/as atuando na informalidade.
Com direitos trabalhistas fragilizados, os brasileiros também não encontram mais amparo junto à Previdência Social. A reforma no sistema previdenciário, aprovada em 2019, reduziu valores de benefícios e aumentou o tempo mínimo de trabalho exigido para requerer aposentadorias. Mais uma vez, os trabalhadores estão pagando a conta do chamado “déficit”, trabalhando e contribuindo por mais tempo, sem qualquer garantia de que em algum dia poderão se aposentar.
A virada deste cenário, aponta Paulo Chitolina – presidente dos metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita -, começa com a classe trabalhadora sabendo identificar quais candidatos e quais partidos apoiaram os deputados e senadores que votaram pelo desmonte dos direitos em Brasília. “É preciso inviabilizar cargos aos partidos que apoiaram as reformas, ainda que tenham um discurso dizendo que elas eram necessárias ao país. Já comprovamos que é mentira, que não geraram empregos e, tampouco, mais investimentos para a qualidade de vida dos trabalhadores”.
A crise da COVID-19 agravou um cenário que já vinha desfavorável ao trabalho e às condições de vida. Assim, as eleições deste ano são ainda mais importantes, pois devem determinar quais serão os representantes a elaborar políticas públicas para a retomada do mercado de trabalho nos municípios. “A resistência começa na organização dos trabalhadores nas cidades, junto às entidades de representação que cumprem um papel de diálogo com o poder público. Por isso, eleger candidatos que se identificam com as pautas da classe é fundamental para a retomada e o avanço nas conquistas dos trabalhadores”, reforça Chitolina.
Fonte: STIMMMEC