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#Notícias | 26/11/2015

Por uma série de fatores econômicos, políticos e conjunturais no mundo e no país, governos fazem ajustes fiscais, diminuem o crédito, paralisam obras e reduzem investimentos. E as empresas, que defendem a não intervenção do Estado em seus negócios, mas contraditoriamente dependem das ações, decisões e recursos governamentais, também cancelam contratos, reduzem investimentos e buscam alternativas para reduzir custos e manter lucros.

 

 

Instalada a crise – turbinada por uma mídia que faz sistemática e escancarada oposição ao governo – as empresas brasileiras buscam fundir-se com outras, buscam outros locais onde prefeituras e estados concedem desonerações e incentivos fiscais, se adequam à realidade econômica e conjuntural, buscam medidas como a recuperação judicial para se manter ou simplesmente fecham as portas, como é o caso da MWM International. Outras, para não demitir a mão de obra qualificada, forçam acordos de lay-off, PPE, férias prolongadas e coletivas, retirada de PLR e benefícios, entre outras medidas.

 

 

Por conta das crises, quase sempre quem acaba pagando o pato com demissões são os trabalhadores e trabalhadoras de setores mais sensíveis, como o metalmecânico, por exemplo. Praticamente todas as empresas do setor reduziram investimentos e produção, demitindo boa parte de funcionários diretos e indiretos (terceirizados).

 

 

Segundo levantamento do Dieese, informado no Boletim da Rede Metalúrgicos, o setor metalúrgico fechou no país cerca de 182 mil postos de trabalho no acumulado do ano. No Rio Grande do Sul, no acumulado de janeiro a setembro de 2015, foram fechadas 50.845 vagas de empregos formais, 7,73% do cenário apresentado no Brasil, onde houve o fechamento de 657.761 vagas. “Somente em nossa base metalúrgica, estimamos a demissão de aproximadamente 2.000 trabalhadores, sem contar os terceirizados e aqueles que, com menos de um ano na empresa, tem suas homologações de rescisão de contrato feitas fora da entidade”, revelou o presidente do sindicato Paulo Chitolina.

 

 

Posição do Sindicato

 

 

A direção do Sindicato contesta posições e opiniões equivocadas de pessoas que fazem oposição ao trabalho da atual gestão, adotando a mesma prática patronal de jogar trabalhadores/as contra o sindicato. Tais pessoas estariam dizendo que a entidade e sua diretoria nada fizeram para conter a onda de demissões na base metalúrgica de Canoas e Nova Santa Rita, e para evitar o fechamento de empresas, como é o caso da MWM International.

 

 

“O sindicato está atento e fazendo o que está ao seu alcance para evitar que demissões e fechamento de empresas aconteçam. A entidade sempre se colocou à disposição dos trabalhadores para realizar mobilizações e à disposição das empresas para negociar condições para evitar o pior. Mesmo assim, não conseguiu ao longo dos anos evitar que importantes empresas fechassem as portas, como é o caso da Vogg, Tecmaster, Ferrari, Micheletto, entre outras, por exemplo. Seria burrice a instituição nada fazer, até porque ela se mantém política e financeiramente com a contribuição dos trabalhadores e trabalhadoras da base. Perder centenas de companheiros e companheiras da MWM e outras empresas, que sempre estiveram do lado da entidade, ajudando nas mobilizações das campanhas salariais, é um baque muito grande para o sindicato. Perder também a militância aguerrida de outros companheiros da própria diretoria é uma desgraça sem tamanho!”, declarou Chitolina.

 

 

No caso específico da MWM, o sindicato tentou negociar e buscar soluções para manter a empresa. Se dispôs a encaminhar acordos de lay-off, PPE entre outros, buscou o apoio de autoridades governamentais, tentou negociar para que parte da produção permanecesse em Canoas, colocou-se à disposição dos trabalhadores para intensificar mobilizações e, por fim, negociou condições rescisórias mais vantajosas para aqueles que seriam demitidos.

 

 

Portanto, muitas vezes os trabalhadores e sindicatos não conseguem evitar que as empresas decidam sair, fechar, demitir, se transferir etc, simplesmente porque estas decisões são patronais, não estão na governabilidade das entidades de trabalhadores. Ademais, a legislação atual é liberal e permite que as empresas façam o que bem entender de seu futuro.

 

 

Fonte: STIMMMEC

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Publicado em:26/11/2015

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