#Destaques | 17/01/2017
Dirigentes sindicais cutistas lotaram o auditório da Federação da Alimentação na manhã desta terça-feira (17), para organizar a campanha de combate as reformas da previdência e trabalhista e de construção da greve geral. A plenária estadual de mobilização da CUT-RS reuniu sindicalistas de todos os ramos e de diversas regiões do Rio Grande do Sul.
“Nenhuma categoria vai conseguir segurar a onda de retrocesso sozinha. Se não nos organizarmos, não teremos chance de barrar esses ataques”, afirmou o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, saudando os presentes.
“É necessário a participação de todas as entidades, pois o que está em jogo é o desmonte do Estado, a redução do investimento em políticas públicas, o negociado sobre o legislado, o fim da CLT, a terceirização sem limites e o fim da aposentadoria”, disse ele.
Para Claudir, “a greve geral é irreversível”. Para isso, chamou atenção para a importância de um amplo diálogo com a sociedade, nos bairros e locais de trabalho, destacando o protagonismo militante. “Em uma campanha como essa, o que vai fazer a diferença é a nossa militância”, garantiu.
Cenário preocupante
Antes da apresentação da campanha de combate as reformas da previdência e trabalhista, o secretário de Finanças da CUT Nacional, Quintino severo, abordou a conjuntura do país, ressaltando que “desde 2013, a atividade econômica colocou o pé no freio e não tirou mais”.
De acordo com ele, não há perspectiva de retomada de crescimento. “Primeira vez desde 1947, apresentamos um PIB negativo por dois anos seguidos. Para ternos ideia do tamanho da crise.”
Outro ponto destacado por Quintino é referente à inflação, pois o presidente ilegítimo Michel Temer (PMDB) anunciou “boas notícias”. “Não nos iludamos. Em um país estagnado, que não consome, claro que a inflação vai cair”, explicou ele.
O cenário do mercado de trabalho também preocupa, pois a perspectiva é de aumento do desemprego. “O governo do Temer criou mais crise, pois não investe. A PEC 55 deixa claro o recado para a sociedade, não haverá investimentos.”
Quintino falou também as reformas, da previdência e trabalhista, e os três projetos que regulamentam a terceirização sem limites, que estão tramitando na Câmara, no Senado e Supremo Tribunal Federal. ”O que vem por aí é o negociado sobre o legislado, vão liberalizar as leis trabalhistas”, afirma ele.
Segundo o dirigente, na avaliação da Central, o ano de 2017 será muito complexo e com campanhas salariais difíceis. “Há indicativo de reduzir um pouco a deteriorizaçao do mercado de trabalho, mas não teremos a retomada de crescimento”, informou.
Na próxima sexta-feira (20), as centrais sindicais se reunirão em São Paulo, como ocorreu na última semana, para pensar as mobilizações do próximo período rumo a uma grande greve geral.
Campanha
O secretário geral adjunto da CUT-RS, Amarildo Cenci, apresentou a campanha de combate as reformas da previdência e trabalhista elaborada pela entidade. Três eixos compõem a campanha: denunciar a base parlamentar golpista, organizar comitês locais da campanha e conscientizar a população, desmanchando o tabu do déficit da previdência, da reforma trabalhista e do desmonte do SUS em toda a sociedade.
“Tivemos uma experiência prévia com panfletagem na rodoviária às vésperas do Natal, para dialogar com a sociedade e spots em carro de som, circulando em diversas cidades gaúchas”, lembrou Amarildo.
“Colamos centenas de cartazes no litoral norte, base do deputado federal Alceu Moreira (PMDB), denunciando que ele votou a favor da Reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. E conseguimos fazer a denúncia, segundo relatos, o parlamentar mandou carta para os eleitores com explicações e os cartazes foram pintados”, contou.
Fórum Social das Resistências
Durante a plenária, foi entregue um panfleto com a programação da CUT-RS no Fórum Social das Resistências, que acontece em Porto Alegre, entre 17 e 21 de janeiro, sob o mote “Democracia e Direitos dos Povos e do Planeta”.
Fonte: Cut-RS