#Notícias | 26/10/2015
A CUT-RS rebate a choradeira descabida de setores empresariais, que querem reajuste zero para o piso regional, e defende o aumento de 11,55% proposto pelas centrais sindicais a partir de 1º de janeiro de 2016, conforme reivindicação entregue no último dia 13 ao secretário do Trabalho do governo Sartori, Miki Breieir. Cerca de 1,2 milhões de trabalhadores gaúchos são beneficiados pelo piso.
Como em anos anteriores, as entidades patronais anunciam nova batalha contra os trabalhadores. “Na impossibilidade de extinção do piso regional, a melhor alternativa frente ao momento pelo qual passa a economia gaúcha e nacional é propor o reajuste zero para o salário mínimo regional no Rio Grande do Sul em 2016”, defendeu o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, durante encontro ocorrido na última quinta-feira, dia 22, com demais presidentes das federações empresariais do Estado (Fiergs, Federasul, FCDL-RS e Farsul).
Para o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, a posição da Fecomércio-RS significa uma tremenda falta de responsabilidade social não só com os trabalhadores, mas com a sociedade gaúcha. “O reajuste do piso regional tem impacto positivo na economia, pois gera distribuição de renda, estimula a produção e o consumo, e ajuda a aquecer a economia para sair da crise”.
Além disso, o piso regional resguarda o poder aquisitivo de trabalhadores em setores e regiões em que a organização sindical tem menor alcance. Dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) mostram que entre os anos de 2002 a 2015 o número de empregos formais no Estado cresceu 53,4%, passando de 2.027.416 para 3.109.179 postos de trabalho.
Conforme o Dieese, mais de um milhão de trabalhadores foram incluídos no mercado de trabalho desde a implantação do piso regional em 2002, durante o governo Olívio Dutra. “Isso rasga o discurso de setores patronais que atribuem o desemprego ao reajuste do piso regional”, salienta Claudir.
“Esse posicionamento dos empresários é uma hipocrisia”, aponta o dirigente da CUT-RS. Ele ressalta que o aumento do piso regional “injeta muito dinheiro na economia e os patrões são os maiores beneficiados, pois ampliam os seus lucros”. Para Claudir, “essa postura empresarial, além de hipócrita, mostra uma tentativa de rebaixar a massa salarial e uma falta de respeito com os trabalhadores”.
O índice de 11,55% representa 1,56% de aumento real. O restante de 9,83% considera a média projetada para o crescimento do PIB do Brasil e do Estado, acrescidos da inflação do período levando em conta o INPC estimado no último ano.
O secretário de Relações do Trabalho da CUT-RS, Antônio Guntzel, acredita que, apesar da pressão dos empresários, os deputados estaduais aprovem o projeto tão logo ele seja encaminhado pelo governador para a Assembleia Legislativa. “A nossa proposta está dentro da razoabilidade, pois representa 1,56% de aumento real e mantém o piso regional no mesmo patamar, sem perdas salariais”, aponta.
As centrais sindicais já iniciaram, na semana passada, reuniões e contatos com as bancadas dos partidos no parlamento gaúcho para sensibilizar os deputados sobre a importância do reajuste de 11,55% no piso regional. “O Rio Grande do Sul não pode retroceder nem ficar parado na hora de discutir o piso regional. O reajuste de 11,55% garante a continuidade do processo de valorização dos salários, contribuindo para combater as desigualdades e ampliar a inclusão social”, destaca Claudir. Segundo o Dieese, o rendimento médio real dos assalariados mais pobres cresceu 56,7% desde a criação do piso regional.
Fonte: CUT-RS