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#Notícias | 23/09/2019

 

A CUT-RS, centrais sindicais e movimentos sociais realizam, nesta terça-feira (24), às 18h, na Esquina Democrática, no centro de Porto Alegre, um grande ato contra a reforma da Previdência, os cortes de recursos na educação, o desemprego, as queimadas na Amazônia e em defesa da soberania nacional. Também haverá protestos em cidades do interior gaúcho.

 

A mobilização acontece na dia em que o Senado pretende votar em primeiro turno a proposta do governo Bolsonaro que destrói a aposentadoria do povo brasileiro. O texto, já aprovado por maioria na Câmara dos Deputados, retira direitos, como a aposentadoria tempo de contribuição, impõe idade mínima para homens (65 anos) e mulheres (62 anos) se aposentarem, reduz o valor das novos benefícios de aposentadorias e pensões e estabelece período de transição para as novas regras de apenas dois anos, dentre outras maldades.

 

Milhares de panfletos estão sendo distribuídos para convocar trabalhadores, trabalhadoras e estudantes a participarem das manifestações.

 

Clique aqui para acessar o material unitário das centrais e movimentos.

 

O presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, afirma que não é hora de ficar sentado no sofá ou em frente ao computador, mas é preciso sair às ruas e levantar a voz para defender a aposentadoria e impedir a destruição do Brasil antes que seja tarde demais. “Temos que levar o bafo das ruas até o plenário do Senado para fazer valer os direitos da classe trabalhadora e dos estudantes”, destaca.

 

De olho nos senadores gaúchos

 

Dos três senadores gaúchos, apenas Paulo Paim (PT) tem se manifestado contra a reforma da Previdência, tendo votado contra a sua admissibilidade na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Por isso, os senadores Lasier Martins (Podemos) e Luís Carlos Heinze (PP) estão sendo pressionados pelos trabalhadores, para que votem contra a proposta de Bolsonaro.

 

 

“Avisamos os senadores que, se votarem sim a essa reforma cruel, desumana, e perversa, estarão fazendo a coisa errada e serão duramente cobrados nas ruas e certamente não se reelegerão”, alerta Nespolo. “Não esqueceremos os traidores do povo.”

 

Cadê os empregos prometidos?

 

Bolsonaro está no seu nono mês de governo sem apresentar uma única medida de geração de emprego e renda ou de desenvolvimento com justiça social. Conforme dados do IBGE, o país tem atualmente 38,6 milhões de trabalhadores na informalidade. Isso significa que da força total de trabalho, estimada em 105 milhões de brasileiros, 41% desse total estão no mercado de trabalho sem proteção social e não contribuem para a Previdência.

 

“Até agora, Bolsonaro e seu ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes, só apresentaram projetos que beneficiam os grandes empresários e o agronegócio, que ajudaram a eleger o capitão, além da redução de recursos em programas sociais, como o Minha Casa Minha Vida”, salienta o dirigente da CUT-RS.

 

“Cadê os milhões de empregos prometidos, quando os mesmos que hoje defendem o desmonte da Previdência aprovaram a reforma trabalhista?”, questiona Nespolo ao defender empregos com carteira assinada para valorizar o trabalho e garantir proteção social.

 

 

Barrar os ataques à educação pública

 

Os trabalhadores e estudantes denunciarão também os cortes de recursos na educação pública e o programa Future-se, que visa privatizar a gestão das universidades e institutos federais. Eles irão lembrar que, segundo notícias da imprensa, um montante de R$ 926 milhões saiu do MEC para integrar os R$ 3 bilhões que o governo Bolsonaro pretende remanejar para pagar as emendas parlamentares na negociação pela aprovação da reforma da Previdência.

 

“Temos que mobilizar a sociedade para pressionar o governo, a fim de barrar os ataques à educação pública, que é fundamental para garantir ensino de qualidade e possibilitar futuro de esperança para a juventude do Brasil”, aponta Nespolo.

 

Amazônia em chamas

 

As queimadas na Amazônia, que chocaram o Brasil e o mundo e provocaram reações em países europeus, também serão denunciadas pelos trabalhadores e estudantes, reforçando as manifestações da “greve mundial pelo clima”, que acontece nesta sexta-feira (20) em vários países para conscientizar os governos sobre o aquecimento global e seus impactos na vida cotidiana nas cidades e no campo.

 

“Os que queimam árvores na Amazônia são os mesmos que querem acabar com os direitos trabalhistas e sociais, os mesmos que cortam recursos na educação e na saúde, e os mesmos que querem privatizar as empresas públicas, destruindo a soberania nacional”, enfatiza Nespolo.

 

Privatização faz mal ao Brasil

 

O governo avisou que vai privatizar 17 estatais, como os Correios, o Serpro, a Dataprev e refinarias da Petrobrás, destruindo empregos e a economia das cidades onde essas empresas estão instaladas. “As estatais são estratégicas para o desenvolvimento econômico e social do país. Elas cumprem importantes funções sociais e ainda são lucrativas, contribuindo para fazer o país crescer e gerar empregos”, enfatiza Nespolo.

 

“Com a privatização, esse verdadeiro filé irá para o bolso de empresas privadas nacionais e estrangeiras para aumentar os seus lucros. Por isso, ao vender estatais, ganham os empresários; perdem o Brasil e o povo brasileiro”, aponta. “Temos que lutar para evitar a entrega do patrimônio público”, conclui o presidente da CUT-RS.

 

Fonte: CUT-RS

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Publicado em:23/09/2019

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