#Destaques | 27/02/2019
A CUT-RS defende a reivindicação de 8,43% para o reajuste do salário mínimo regional em 2019 e cobra o envio imediato de um projeto de lei do governador Eduardo Leite (PSDB) para a Assembleia Legislativa. A data-base do chamado piso regional é 1º de fevereiro e até agora nenhuma proposta saiu do Palácio Piratini, atravessou a Rua Duque de Caxias e chegou às mãos dos deputados.
A demanda foi apresentada pelas centrais sindicais ao governo no último dia 30 de janeiro, durante audiência com o chefe da Casa Civil, Otomar Vivian. Os dirigentes entregaram um documento elaborado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que fundamenta a reivindicação.
O índice de 8,43% é a soma do reajuste de 4,61%, aplicado pelo governo Bolsonaro (PSL) no salário mínimo nacional em janeiro deste ano, com a perda de 3,65% no governo Sartori (MDB), que concedeu dois reajustes abaixo da inflação no seu mandato. O objetivo é resgatar a diferença de 30% acima do mínimo nacional vigente entre 2002 e 2004.
Governo prometeu encaminhar projeto em fevereiro
Na ocasião, Vivian adiantou que o governador deverá enviar um projeto para a Assembleia em fevereiro, mas sem o regime de urgência proposto pelas centrais para agilizar a tramitação da proposta. Conforme Vivian, cabe aos deputados estabelecer a melhor forma de análise e votação.
“Já estamos nos últimos dias de fevereiro e o governador ainda não fez a lição de casa, o que mostra desrespeito com os trabalhadores gaúchos que recebem os menores salários, os mais pobres, e que aguardam com muita expectativa o reajuste do mínimo regional”, afirma o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo. “Mesmo que o pagamento seja retroativo, para os pobres o reajuste sempre chega atrasado.”
O secretário de Relações do Trabalho da CUT-RS, Antonio Güntzel, destaca que “temos aí um baita instrumento de distribuição de renda, que beneficia cerca de 1,5 milhão de trabalhadores. O reajuste não é gasto na Bolsa de Valores nem em Paris ou Miami, mas sim aqui, na economia local, aquecendo o comércio e a produção”. Para ele, “o mínimo regional é fator de justiça social, fomenta o desenvolvimento econômico e social do Estado e ajuda a combater as desigualdades”.
Audiência com presidente da Assembleia
A audiência solicitada pelas centrais com o novo presidente da Assembleia, deputado Luiz Augusto Lara (PTB), que estava agendada para ocorrer nesta quarta-feira (27), foi adiada. Nova data ainda não foi marcada.
“Queremos dialogar com o Lara sobre a demora do governador e pedir que ele entre em contato com o Leite, a fim de que encaminhe logo o projeto aos deputados, que haja uma tramitação rápida na Casa e que seja resgatado o poder aquisitivo do mínimo regional”, salienta Nespolo.
Fonte: CUT-RS