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#Notícias | 16/06/2015

A Federação dos/as Trabalhadores/as Metalúrgicos/as (FTM/CUT-RS) realizou nesta terça-feira, 16 de junho, em Porto Alegre, no salão de eventos do Sindicato dos Trabalhadores do Polopetroquímico (Sindipolo), o Congresso Eleitoral que define as direções Executiva e Efetiva e Conselho Fiscal da entidade para o triênio de 2015/2018.

 

O encontro reuniu dirigentes representantes de 28 sindicatos, que elegeram os 36 candidatos da única chapa inscrita, entre eles o presidente reeleito, Jairo Carneiro (veja abaixo a nominata completa).

 

Segundo informações da comissão eleitoral, embora 224 delegados estivessem inscritos e aptos para votar, 168 compareceram à urna. Destes, apenas um voto foi considerado nulo e os demais 167 foram dados à chapa única. A comissão e dirigentes da FTM/CUT-RS não definiram a data de posse.

 

Confira a direção-eleita da FTM-RS para a gestão 2015/2018:

 

Jairo Santos Silva Sarneiro – Presidente

Enio Lauvir Dutra dos Santos – Vice-presidente

Flávio José Fontana de Souza – Secretário geral

Paulo Chitolina – Secretário de Formação e Política Sindical

Milton Luis Leorato Viario – Secretário de Imprensa e Divulgação

Claudia Fabiane Olim – Secretária de Saúde

Ademir Acosta Pereira Bueno – Secretário de Finanças

Adir Luis Ruppenthal – Secretário adjunto de Finanças

Sandro Ramos Barros – Coordenador da Região Sul

Claudir Antônio Nespolo – Coordenador da Região da Grande Porto Alegre

Mauri Antônio Schorn – Coordenador da Região da Serra

Alcidir Antoninho de Andrade – Coordenador da Região do Planalto

João Roque dos Santos – Coordenador da Região das Missões

Adolfo Celoni da Rosa – Coordenador da Região da Fronteira

Alex Teixeira de Oliveira – Coordenador da Região Central

Gilberto de Moraes Saraiva – Diretor efetivo

Francisco Pedroso Laurindo – Diretor efetivo

Rogério de Matos Alves – Diretor efetivo

Marcelo Schaffer – Diretor efetivo

Adilson Pacheco – Diretor efetivo

Quintino Marques Severo – Diretor efetivo

Rafael Messias Moretto – Diretor efetivo

Jorge Luis Campos da Silva JR. – Diretor efetivo

Jorge Luiz Silveira de Carvalho – Diretor efetivo

Sirlei de Moura Vieira – Diretor efetivo

Paulo Gonçalves da Costa – Diretor efetivo

Ivan da Silva Pereira – Diretor efetivo

Paulo Cesar Tassinari – Diretor efetivo

Celso Adam – Diretor efetivo

Roseleide da Luz de Freitas – Diretor efetivo

Sávio André dos Santos – Membro efetivo do Conselho Fiscal

Sandra Salete Weishaupt – Membro efetivo do Conselho Fiscal

Jorge Luis ramos – Membro efetivo do Conselho Fiscal

Luiz Sergio de Àvila Machado – Membro suplente do Conselho Fiscal

Ari Antônio Dias Severo – Membro suplente do Conselho Fiscal

Miguel Kaipper Maciel – Membro suplente do Conselho Fiscal

 

 

ANÁLISES

 

À medida que a votação acontecia, três importantes companheiros de luta, convidados a fazer parte da mesa de abertura do congresso, fizeram análises das conjunturas política e econômica.

 

Num primeiro momento, o coordenador nacional do Movimento dos Sem Terra, Neuri Rossetto, falou sobre a relação do MST com o governo federal. “Somos críticos naquilo que entendemos ser equivocado neste governo”, disse, citando como exemplo o ajuste fiscal que penalisa a classe trabalhadora. Rossetto fez um resgate histórico dos 30 anos do MST dizendo que, neste período, o movimento teve dois momentos distintos de luta: a luta pela reforma agrária clássica, onde o camponês tinha como função produzir alimentos e matéria prima para a indústria, dinamizando a agricultura, e, a partir dos anos 90, uma reforma agrária popular, enfrentando não o latifúndio, mas o agronegócio. Para ele, a classe trabalhadora tem três grandes desafios pela frente: criar coletivamente um novo projeto para o país; combater a onda de autoritarismo reacionário e de violência através da promoção do debate de idéias; e enfrentar os meios de comunicação de massa, que hoje defendem com parcialidade o capital financeiro.

 

Para o segundo convidado, Paulo Cayres, presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT), “nunca foi tão importante a união entre trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade. Se a classe trabalhadora não for protagonista, os brasileiros estarão ferrados”. Paulão falou da conjuntura de crise, que vem gerando desemprego principamente nas grandes montadoras. “Precisamos debater um projeto industrial com a nossa cara…, não podemos vacilar…, temos que fortalecer os movimentos e não perder os aliados…, radicalizar a luta contra a patrãozada, pois eles demonstraram serem rentistas, não investem quando são beneficiados pelo governo”, opinou. Paulão também salientou que os trabalhadores vão continuar pressionando o governo para que não seja vetada a fórmula 85/95 que altera as regras do fator previdenciário e lutar para que o PL 4330 não passe no Senado.

 

Para o terceiro convidado, Rafael Marques, presidente do maior sindicato metalúrgico do país, do ABC paulista, embora o governo tenha adotado medidas fortes, colocando ou abrindo mão de recursos para beneficiar as empresas, manter empregos e impedir que a crise mundial chegasse ao Brasil, desde 2012 o crédito vem caindo e o estado, com baixo poder de reação, não teve muitas saídas, o que justifica de alguma forma a adoção errônea dos ajustes. Defendeu a retomada do plano de concessões e do Conselho de Desenvolvimento, o conselhão, que no governo Lula foi importante para pensar a política industrial para o país. Marques vê o programa de concessões lançado pelo Planalto e o acordo com a China como sendo novas perspectivas para o cenário da indústria metalúrgica, apesar de acreditar que a recuperação do setor automotivo será lenta.

 

 

PROGRAMA DE PROTEÇÃO AO EMPREGO

 

Durante suas análises, Paulo Cayres e Rafael Marques defenderam o Programa de Proteção ao Emprego (PPE) como uma boa alternativa para garantir o fim das demissões causadas em tempos de crise. Desde 2012, um grupo de trabalho tripartite foi criado para desenvolver o PPE. Levado à Coordenação Sistêmica de Relações de Trabalho do Plano Brasil Maior (política industrial do governo de Dilma Rousseff), o PPE teria a chancela do Ministério do Trabalho e Emprego, e seria uma espécie de ferramenta para defender o emprego e ser uma alternativa aos acordos de Lay Off.

 

O programa funcionaria da seguinte forma: Em tempos de crises econômicas, mediante acordo coletivo, as empresas comprovadamente em dia com obrigações fiscais, previdenciárias e com o FGTS poderiam reduzir em até 30% a jornada de trabalho e os salários de seus empregados, mantendo o emprego de todos. Durante o período, os encargos trabalhistas (FGTS e INSS, por exemplo) continuariam sendo recolhidos. O programa seria implantado através de votação em assembleia secreta com aprovação a maioria dos trabalhadores e teria vigência de seis meses, podendo ser prorrogado por mais seis meses mediante novo acordo.

 

 

CAMPANHAS SALARIAIS

 

No final do encontro, os presidentes dos sindicatos de Canoas e de Porto Alegre, acompanhados da assessora jurídica Lidia Woida, fizeram uma análise da campanha salarial dos metalúrgicos da região. Segundo eles, embora algumas reuniões tenham sido feitas, o ritmo é lento e não havia ainda a apresentação de contraproposta salarial pelos patrões. Os trabalhadores começam a ficar impacientes e a cobrar dos sindicatos ações e mobilizações mais fortes para a conquista de bons acordos, com avanços salariais.

 

Também falaram do componente ideológico aflorado nas mesas de negociação neste ano. Os patrões trazem à mesa o sentimento de setores conservadores e da elite nacional, para quem a culpa da corrupção e da crise que atinge as empresas e toda a sociedade é do governo Dilma e do partido a qual ela é filiada (PT), supostamente apoiados por sindicatos e pela esquerda em geral, e de que este projeto político tem de ser desmoralizado e derrotado a curto prazo.

Fontes:

Publicado em:16/06/2015

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