#Destaques | 18/06/2018
O andamento da Campanha Salarial 2018 não está favorável para os metalúrgicos(as) de Canoas e Nova Santa Rita. Após três rodadas de negociações com os patrões, a relutância em discutir melhorias nas cláusulas sociais da Convenção Coletiva, assim como a inclusão de um vale alimentação mensal para enfrentar o aumento do custo de vida, continua. Soma-se a isso, o baixo índice do INPC e a negativa de conceder aumento real aos trabalhadores(as).
Até então apostando nas tratativas da mesa e nas reuniões com os trabalhadores(as) no Sindicato, a direção pretende conversar de perto com a categoria em assembleias na porta das fábricas, para esclarecer o andamento da campanha e convocar todos e todas à mobilização.
Segundo análise do presidente do Sindicato, Paulo Chitolina, nas últimas campanhas a categoria tem compreendido o discurso da crise e aceitado a reposição das perdas inflacionárias, quase sempre com um aumento real mínimo ou inexistente. Mas agora, com a vigência da Reforma Trabalhista e a ampla retirada de direitos, a recusa de um aumento real é inaceitável. “Os trabalhadores e o Sindicato foram compreensivos com os patrões nos últimos anos, seja na reposição das perdas ou nos acordos feitos para enfrentar os momentos de crise. Mas agora, depois de todos os movimentos na legislação trabalhista, é preciso entender que arrochar os ganhos e os direitos da categoria é uma afronta”, afirmou.
Em reunião realizada na noite do dia 13, a direção do Sindicato tirou que somente com o entendimento e a mobilização dos trabalhadores será possível avançar nas conquistas da campanha. “Os companheiros(as) de fábrica precisam estar envolvidos, marcar presença nas convocações do Sindicato, opinar e se conscientizar da tentativa de afastamento entre a base de trabalhadores e a entidade”, disse o vice-presidente Silvio Bica.
Negociações no Estado
Para os sindicatos que não possuem mesa patronal na base, as negociações são realizadas pela Federação dos Metalúrgicos do RS (FTMRS). Segundo a entidade, o andamento das negociações é semelhante ao da categoria de Canoas. “Existe uma reluta em entrar na discussão das cláusulas sociais e mais ainda em conceder um aumento significativo aos trabalhadores para amenizar a os impactos do cenário político e econômico”, ressaltou o secretário geral, Flavio Souza, o Flavião. Em plenária realizada no dia 14, o conjunto de metalúrgicos definiu pela intensificação dos diálogos e das assembleias junto aos trabalhadores pelo Estado.
Reparação de Veículos tem proposta
Nas negociações dos trabalhadores(as) em oficinas de reparação de veículos, um percentual de reajuste já foi proposto: 2,5%, tanto no salário quanto no piso. A categoria, que já recebeu adiantamento de reajuste de 1,5%, também teve as cláusulas sociais da CCT renovadas, exceto a de insalubridade. A proposta dos patrões envolve mudanças no cálculo do adicional, hoje feito com base no piso da categoria. Agora, nas novas contratações, desejam aplicar o adicional sobre o valor do salário mínimo nacional. Também, relutam em acordar que as homologações sejam feitas no Sindicato. O restante da pauta não entrou em discussão.
O que os patrões não querem discutir?
Vale Alimentação: No valor de R$ 250,00 mensais, é uma forma de compensar a disparidade entre inflação e o custo real de vida;
Rotatividade: O Sindicato reivindica que o trabalhador contratado para exercer a função de outrem demitido deverá receber o mesmo salário do empregado afastado;
Terceirização: Na execução dos serviços da atividade principal, as empresas não poderão utilizar mão de obra terceirizada;
Quinquênio: Empregado que já tem o direito adquirido e possui salário superior ao que está previsto na CCT terá o percentual referido aplicado de forma proporcional até o limite mencionado.
Acordos Coletivos: Devem prevalecer sobre a CCT somente as clásulas mais favoráveis ao trabalhador;
Férias: Deverão ser concedidos 30 dias corridos, conforme os critérios previstos no art. 130 da CLT;
Homologação: Garantia de que as homologações contratuais serão mantidas no Sindicato dos Trabalhadores;
Gestantes: Impossibilidade da trabalhadora gestante exercer atividades em ambiente insalubre.
Direito do empregado estudante: Garantia de turno e horário de trabalho que não prejudique a frequência às aulas.
Estágio: Direito de estagiar na mesma empresa em que trabalha.
Fonte: STIMMMEC