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#Destaques | 28/08/2020

Na última rodada das negociações da Campanha Salarial, realizada na quarta-feira (26), o SIMECAN – sindicato das empresas – reforçou a negativa frente a pauta de reivindicações dos metalúrgicos. Para os patrões, que já haviam cogitado adiar novamente às negociações para o mês de novembro, agora existe a possibilidade de fechar o ano sem reajuste. O Sindicato, que tenta diálogo desde o mês de março, reafirmou a pedida da categoria na mesa e deve intensificar a campanha nos próximos dias pela necessidade de negociar e fechar um acordo para os trabalhadores.

 

Devido à pandemia da COVID-19, o SIMECAN utilizou a extinta MP 927 para adiar para agosto as negociações, que deveriam ter começado no mês de maio. Este adiamento ocorreu apenas por meio de um comunicado, sem diálogo com o Sindicato, que por sua vez, já havia encaminhado a pauta de reivindicações e aguardava o início das discussões. Neste cenário, os trabalhadores acumulam até o momento 15 meses de perdas nos salários.

 

Agora, chegado o momento de sentar e negociar, a patronal não avança em discussões para a construção de um acordo, assim como apresentou nos dois encontros realizados até então uma realidade nas fábricas muito diferente dos relatos que chegam ao Sindicato. Isso porque nas conversas com os trabalhadores e trabalhadoras, são relatadas contratações e a realização de horas extras (inclusive aos finais de semana) em muitas empresas da base. Ou seja, frente à retomada gradativa da produção e à possibilidade de negociar a reposição das perdas aos metalúrgicos, que já foram amplamente penalizados na pandemia com redução de jornada e salário e suspensão dos contratos, os patrões insistem no discurso de crise geral para negar o reajuste.

 

Paulo Chitolina, presidente do Sindicato, também destaca o papel que a entidade vem desempenhando em meio à pandemia e que deveria ser de responsabilidade do SIMECAN. “Em um momento atípico das relações de trabalho, nós não nos omitimos, nem negamos suporte. Nós prestamos auxílio e esclarecimentos às empresas sobre as medidas provisórias do Governo Federal, negociamos e organizamos votações, além de orientar juridicamente o encaminhamento dos acordos e, ainda, trabalhar em ações de prevenção e combate ao Coronavírus dentro das empresas. Tudo isso em conjunto com a nossa responsabilidade de priorizar a vida e a saúde dos trabalhadores. Portanto, a atitude da patronal é desrespeitosa e não condiz com a nossa tradição de dialogar e construir soluções”.

 

Uma nova rodada de negociações está agendada para a próxima quarta-feira, 03 de setembro.

 

Fonte: STIMMMEC

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Publicado em:28/08/2020

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