#Notícias | 08/06/2015
Embora a pauta de reivindicações aprovada pelos trabalhadores metalúrgicos tenha sido aprovada e encaminhada para o sindicato patronal em abril, somente agora, em 1º de junho, os patrões resolveram sentar para dialogar/negociar com os dirigentes do nosso sindicato as cláusulas da nova convenção coletiva de trabalho.
Como era esperado, os dirigentes do sindicato patronal (Simecan) fizeram a tradicional choradeira, dizendo que, após analisarem a conjuntura econômica do país e das empresas, concluíram que 2015 não é um bom ano para negociações. Pintaram um cenário de terra arrasada, como se todas as empresas estivessem demitindo e fechando as portas. Por fim, deram mostras de que, dependendo deles, nem as perdas inflacionárias serão repassadas para os trabalhadores. Cabe lembrar que, no ano passado, o ritmo lento das negociações e a busca da intervenção do Judiciário pelos empresários, fez com que a campanha salarial se prolongasse por seis meses. Os trabalhadores se mobilizaram, rejeitaram a intervenção e negociaram acordos por fábricas, que causaram o maior desgaste já vivido pela entidade patronal.
REAJUSTE É SAGRADO
“Deixamos claro na mesa de negociações que o reajuste salarial é sagrado e a categoria precisa recuperar seu poder de compra. Também de que queremos um acordo para todos os trabalhadores e valorizar o diálogo e as mesas de negociação. Algumas empresas estão em dificuldade, mas boa parte delas está negociando acordos de PLR, ou seja, tiveram lucros e resultados. Além do mais, a Reparação de Veículos, que faz parte de uma cadeia produtiva que está em crise, acaba de fechar uma convenção coletiva com recuperação das perdas e aumento real”, afirmou o presidente do nosso sindicato, Paulo Chitolina.
SINAIS DE RETOMADA
Contrapondo o discurso negativo do Simecan, segundo informações divulgadas no jornal patronal Valor Econômico, executivos das maiores empresas do país afirmam que, por causa do ajuste fiscal em curso, a confiança dos empresários na política econômica começa a ser restabelecida, criando as condições para o retorno dos investimentos. Para eles, a economia terá um desempenho muito melhor no segundo semestre. Neste caso, as empresas têm sim condições de negociar e conceder um reajuste salarial minimamente satisfatório para a categoria metalúrgica.
ESQUENTAR A CAMPANHA
Para a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita, embora o frio do inverno esteja chegando, é momento de a categoria esquentar a campanha salarial. A próxima reunião com os patrões será realizada no dia 11 de junho e, caso as negociações não avancem, é hora de os trabalhadores e trabalhadoras nas fábricas iniciarem as mobilizações com força e organização.
PRINCIPAIS REIVINDICAÇÕES
Nesta campanha salarial, os/as trabalhadores/as metalúrgicos/as reivindicam a reposição das perdas causadas pela inflação entre maio/2014 e abril/2015 (8,34%), mais 3% de aumento real para recompor a média salarial reduzida pela alta rotatividade de pessoal nas fábricas (patrões demitem e contratam outros trabalhadores pagando menos).
Também reivindicam avanços como alimentação saudável, elevação no valor teto do quinquênio e do abono aposentadoria, avanços em benefícios como o auxílio creche e garantia de emprego, entre outros. Por fim, reivindicam a modificação de algumas cláusulas da Convenção Coletiva, relacionadas ao auxílio previdenciário, liberação do aviso prévio, acordos de compensação, intervalos para repouso e alimentação, acompanhamento de consultas médicas de filhos, entre outras.
Fonte: STIMMMEC