#Notícias | 12/07/2017
Por 50 votos a 26 e uma abstenção, o Senado Federal virou as costas para o povo brasileiro e aprovou a reforma trabalhista de Temer
O 11 de julho de 2017 vai entrar para a história brasileira como o “dia da vergonha” ou o “dia em que foi revogada a Lei Áurea no Brasil”, sancionada pela Princesa Isabel há 129 anos.
Ao aprovar o Projeto de Lei nº 38 aprovado na Câmara Federal (PLC 38), da “reforma” da legislação trabalhista, sem amplo debate e sem que a vontade de mais de 90% da população fosse considerada, o Senado Federal aprovou um conjunto de regras que, em vez de modernizar a legislação trabalhista, impõe um retrocesso que vai reforçar em nosso país condições análogas à escravidão.
Infelizmente, a minoritária oposição – formada pelas bancadas do PT, PCdoB, Rede e algumas poucas dissidências de partidos que apoiam a “reforma” trabalhista – não conseguiu aprovar qualquer destaque para forçar a volta do PLC 38 à Câmara Federal. Assim, o projeto foi aprovado sem mudanças e vai à sanção de Michel Temer, o presidente golpista que responde à uma série de crimes, entre os quais corrupção ativa e passiva, obstrução da Justiça, organização criminosa e prevaricação.
Dos três senadores gaúchos, dois votaram a favor da “reforma” trabalhista: Lasier Martins, do PSD, e Ana Amélia Lemos, do PP, não por acaso dois ex-“jornalistas” da RBS, retransmissora da Rede Globo. Já o sendor Paulo Paim, ex-presidente de nosso sindicato, votou contra e foi um dos senadores que mais lutou para que a “reforma” não fosse aprovada.
RETROCESSO
“A reforma foi encomendada e bancada pelos grandes empresários da indústria, do comércio, do sistema financeiro (bancos) e dos meios de comunicação. Na verdade, a maioria parlamentar da Câmara e do Senado, está pagando a dívida com eles, aprovando esta reforma que só beneficia quem detém o poder econômico de nosso país. Essa reforma foi feita sob medida para diminuir a rede de proteção social e precarizar as condições de trabalho. Não há um item sequer pra beneficiar a classe trabalhadora. Pelo contrário, não garante a criação de empregos, vai fragilizar os sindicatos e a Justiça do Trabalho e é o maior retrocesso trabalhista da história republicana de nosso país”, afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas e NSRita, Paulo Chitolina.
Fonte: Geraldo Muzykant / STIMMMEC