#Destaques | 15/04/2016
Cerca de 2 mil trabalhadores estão realizando uma marcha na manhã desta sexta-feira (15) nas ruas de Porto Alegre. São integrantes da CUT-RS, Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar do Rio Grande do Sul (Fetraf-RS), Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e Via Campesina, além de outros movimentos sociais da Frente Brasil Popular e da Frente Povo sem Medo.
A manifestação ocorre no dia nacional de atos, protestos e paralisações contra o golpe do impeachment da presidente Dilma Rousseff, cujo processo começa a ser discutido nesta manhã no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília.
A mobilização deixou a Ilha do Pavão e percorreu a BR 290, passando pela Ponte do Guaíba. O movimento fez uma parada no local, o que causou um congestionamento de pelo menos cinco quilômetros na região.
“O objetivo é chamar a atenção da sociedade gaúcha para a tentativa de golpe pela oposição inconformada que perdeu as eleições de 2014, que quer implantar uma agenda neoliberal de retirada de direitos sociais e trabalhistas. Trata-se de um projeto que jamais seria aprovado num processo eleitoral pela população”, salientou o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo.
Após concentração na Praça Pinheiro Machado, entre as avenidas Farrapos e Sertório, os manifestantes passaram a se deslocar rumo à Praça da Matriz, no centro da cidade, onde está instalado desde segunda-feira (11) o Acampamento da Legalidade e da Democracia.
Para a coordenadora-geral da Fetraf-RS e secretária de Políticas Sociais da CUT-RS, Cleonice Back, a marcha é uma demonstração em defesa da democracia e dos direitos da classe trabalhadora. “Nós tivemos importantes conquistas, que não foram poucas, como o Pronaf e o seguro agrícola, que ajudaram muito no desenvolvimento da agricultura familiar e dos municípios”, destacou.
“Não não aceitamos retrocessos, mas queremos a continuidade desse projeto e com novos avanços. Por isso, estamos nas ruas contra o golpe do impeachment”, disse Cleonice.
20 anos de impunidade do Massacre dos Carajás
De acordo com o dirigente estadual do MST, Cedenir de Oliveira, a mobilização tem como objetivo defender a democracia e denunciar o golpe em curso no país, além de marcar o início da Jornada de Luta por Reforma Agrária para os Sem Terra, com diferentes ações em vários locais.
A marcha integra a Jornada Nacional da Reforma Agrária, que este anos realiza paralisação em vários estados em protesto contra os 20 anos de impunidade do Massacre de Eldorado dos Carajás, em que 21 trabalhadores Sem Terra foram assassinados durante uma manifestação pela Polícia Militar.
Os camponeses também cobram providências em relação ao assassinato de dois trabalhadores Sem Terra, promovido pela PM e por seguranças da empresa Araupel, no último dia 7, no Paraná.
Ato na Esquina Democrática
Está marcada para as 16h30 desta sexta-feira a concentração para uma grande manifestação na Esquina Democrática, seguida de passeata até a Praça da Matriz após as 19h.
O ato terá atividades culturais pela democracia e contra o golpe. “A gente não destila ódio, mas um projeto de inclusão social para o país”, disse Claudir.
Vigília no domingo
Neste domingo (17), milhares de pessoas, incluindo caravanas vindas do interior, participam de uma vigília na Praça da Matriz durante o dia e acompanhem por meio de um telão a votação do impeachment no plenário da Câmara dos Deputados.
Não vai ter golpe! Vai ter luta!
Fonte: CUT-RS