#Destaques | 14/10/2014
Metalúrgicos terão reajuste de 8% e valorização do piso salarial
Em assembleia geral realizada na segunda-feira, 13 de outubro, os/as trabalhadores/as de Canoas e Nova Santa Rita aprovaram por unanimidade a proposta apresentada pelo TRT – Tribunal Regional do Trabalho na reunião de mediação do dia 6 de outubro. Assim, os/as metalúrgicos/as ainda não contemplados com os acordos por fábricas terão reajuste salarial de 8% e a valorização significativa do piso salarial. Os reajustes nos salários e no piso salarial repõem as perdas causadas pela inflação entre maio/2013 e abril/2014 (5,82%) e garantem um bom aumento real nos salários. Veja detalhes abaixo:
SALÁRIOS: Reajuste salarial de 8%, sendo 6% retroativos a 1º/05/2014 (data-base), sem limite de salário, e 2% em 1º/11/2014, limitado este índice complementar à parcela de salários de até R$ 4.390,24.
PISO SALARIAL: A partir de 1º/11/2014, o piso salarial passa a valer R$ 990,00 (reajuste de 8,93% sobre maio/2013). Em 1º/02/2015, passa a valer R$ 1.034,00 (reajuste de 13,77% sobre maio/2013).
RETROATIVOS: As empresas que ainda não haviam antecipado o reajuste de 6%, devem pagar os retroativos a partir de 1º de maio ainda na folha de pagamento de outubro. Caso isso não aconteça, os trabalhadores devem imediatamente comunicar o fato ao sindicato. A comunicação pode ser feita por meio do fone DDG 0800.6024955, em horário comercial.
Uma longa e dura campanha salarial
A campanha salarial dos metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita iniciou em abril. Durante este quase meio ano, enfrentamos uma das mais difíceis e complicadas negociações. Além da intransigência do sindicato patronal, a conjuntura nacional, a Copa do Mundo e as eleições no sindicato e no país atrapalharam as negociações.
No início da campanha salarial, alegando “crise”, o sindicato patronal ofereceu um reajuste de apenas 6%, que mal recuperava as perdas inflacionárias entre maio/2013 e abril/2014. Em seguida, sem dar tempo para que o nosso sindicato tivesse a oportunidade de convocar e realizar uma assembleia geral para avaliar a proposta, os patrões encerraram unilateralmente as negociações e buscaram a Justiça do Trabalho pra ajuizar um dissídio.
O nosso sindicato não aceitou a proposta patronal e o rompimento do tradicional processo de negociação da Convenção Coletiva, e decidiu lutar por um reajuste maior nas fábricas que se mostraram dispostas a negociar. Grande parte das médias e grandes empresas, contrapondo o próprio sindicato patronal, sentaram para negociar com o nosso sindicato e concordaram em reajustar os salários de seus funcionários em 8%, parâmetro adotado na ocasião, considerando o fechamento das convenções coletivas dos setores de Máquinas Agrícolas e Reparação de Veículos.
Enquanto o nosso sindicato negociava e fechava acordos com reajuste de 8% em muitas fábricas, rejeitava no TRT as propostas apresentadas pelo sindicato patronal. Duas reuniões de mediação foram realizadas, sem acordo. Na primeira – realizada em 3 de julho – os dirigentes do nosso sindicato rejeitaram a proposta patronal e apresentaram no tribunal vários acordos com reajuste de 8%, por fábricas. Na segunda reunião, realizada no dia 6 de outubro, os patrões insistiram na proposta que não contemplava o nosso sindicato. Diante do impasse, o TRT apresentou uma proposta com avanços, que foi aprovada na última assembleia porque atingiu a meta de 8%.
Até a assembleia decisiva da segunda-feira, 13 de outubro, mais de 75% da categoria já havia garantido o reajuste maior em seus salários. Porém, algumas poucas empresas de médio e grande porte, e muitas micro e pequenas empresas da categoria seguiram a orientação do sindicato patronal e ficaram sem o reajuste maior. Agora, a partir do resultado da assembleia geral, nenhum trabalhador/a metalúrgico de Canoas e Nova Santa Rita ficará sem os 8%.
“O sindicato patronal criou o impasse, achava que a gente não teria fôlego para tocar a campanha durante todo este conturbado meio-ano e presumiu que a gente iria desistir no meio do caminho. Isso jamais esteve nos nossos planos. Nosso sindicato sempre esteve aberto ao diálogo e à negociação, e ia lutar o tempo que fosse necessário para atingir a meta de conquistar o reajuste de 8%”, resumiu o presidente do sindicato, Paulo Chitolina.
Por: Geraldo Muzykant – Jornalista