#Destaques | 05/05/2016
Procuradoria-Geral da União aponta 11 situações que comprovam abusos no uso do cargo
Uma liminar emitida pelo ministro Teori Zavascki determinou o afastamento do presidente da Câmara dos Deputados e réu na operação Lava Jato, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na manhã desta quinta-feira, dia 5. À tarde, o Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar outro pedido de afastamento contra Cunha, movido pelo partido Rede Sustentabilidade. Cunha foi o principal articulador do processo de impeachment contra Dilma Rousseff, considerado pelos movimentos sociais como um golpe à democracia das urnas.
De acordo com o pedido da PGR, existem 11 situações que comprovariam o uso de cargo pelo deputado para “constranger, intimidar parlamentares, réus, colaboradores, advogados e agentes públicos com o objetivo de embaraçar e retardar investigações”. Na ação, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, chegou a classificar o peemedebista de “delinquente”.
Por unanimidade, o STF transformou o deputado em réu durante votação realizada no dia 3 de março. Na ocasião, o Supremo levantou acusações de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, por suposto envolvimento no esquema de desvios da Petrobras.
Inimigo dos trabalhadores
À frente da Câmara dos Deputados desde o início de 2015, Eduardo Cunha conduziu votações de acordo com interesses patronais. Em abril do ano passado, colocou em votação o projeto de lei da terceirização. Pressionado por protestos de rua e pelas redes sociais, e prevendo uma derrota, a Câmara adiou a votação.
Também no ano passado, após não ter apoio do PT para barrar a abertura do processo de cassação de seu mandato, Cunha declarou guerra ao governo com as chamadas “pautas-bomba”, que tinham por objetivo ampliar a crise no país. Dentre os projetos, o reajuste de 78,56% dos servidores da Justiça Federal, vetado por Dilma em 2015. Na quinta-feira passada, dia 28, foi aprovado o regime de urgência para votação do mesmo, com alteração na porcentagem do reajuste, agora de 41,47%.
Fonte: STIMMMEC