Desde fevereiro, quando chegaram até o Sindicato uma série de reclamações referentes ao fornecimento de lanches estragados para os trabalhadores/as da AGCO, em Canoas, os dirigentes sindicais têm cobrado da empresa um plano de ação para resolver a questão. Diante do descaso com seus funcionários e da falta de solução para o problema, nesta terça-feira (11), o Sindicato realizou uma nova assembleia em frente à empresa. 

O vice-presidente do Sindicato, Silvio Bica, explicou durante a assembleia os últimos acontecimentos sobre o caso: “Estamos aqui mais uma vez porque a direção da AGCO ainda não resolveu o problema do refeitório. Realizamos inúmeras reuniões com eles em busca de uma solução que não chega. Inclusive, apresentamos um documento do nosso jurídico à empresa, com prazo para resolver essa questão, e a direção da empresa não aceitou protocolar o recebimento do ofício”. 

O diretor sindical, André Battistello, que trabalha na AGCO, enfatizou a importância de uma luta em conjunto e bem preparada. “A empresa não quer que a gente se organize para conquistar nossos direitos, mas o único jeito de encontrarmos a solução é permanecermos unidos”. André ainda enfatizou que os funcionários não “aguentam mais comer hambúrguer”, isso porque o caso dos lanches estragados foi o estopim de um serviço que não atende as necessidades dos trabalhadores.  

Diretor sindical, André Battistello. Foto: Rafaela Amaral / STIMMMEC

Sindicato e trabalhadores identificam outras reivindicações 

Na ocasião, Bica, também destacou a importância de que, junto com os trabalhadores/as, sejam discutidas as diretrizes do PROPAR (Programa de Participação dos Lucros), que têm sido aplicadas de formas distintas nos setores de manufatura e administrativo. O vice-presidente reforçou que o setor administrativo também deve contar com uma negociação justa e transparente, por meio de eleição, tendo a participação do Sindicato, assim como já é feito na manufatura.

Vice-presidente, Silvio Bica. Foto: Rafaela Amaral / STIMMMEC

Além disso, ressaltou o problema que tem sido enfrentado pelos funcionários na entrada e saída da jornada de trabalho: “Recebemos as reclamações dos trabalhadores/as sobre as catracas da empresa, que não estão funcionando corretamente e acabam gerando grandes filas. Nós falamos com o RH e sugerimos que liberem a entrada até que o imprevisto seja resolvido, mas nossa solicitação não foi atendida”. Situação que foi conduzida de forma bem diferente durante a manhã desta terça-feira, quando durante a assembleia rapidamente foi aberta uma porta que dá acesso direto para a empresa. 

O presidente do Sindicato, Paulo Chitolina, aproveitou a ocasião para discutir com os trabalhadores sobre as atitudes que a empresa vem tomando. “Quando nós recebemos as reclamações referentes aos lanches e divulgamos nas nossas redes sociais, a direção da empresa disse que esse tipo de divulgação poderia acabar prejudicando os contratos que a empresa possui, ou seja, ela está mais preocupada em perder contratos do que com a saúde do trabalhador”, enfatizou.  

Durante sua fala, ainda aproveitou para relembrar problemas persistentes da AGCO, como a má estrutura do vestiário, os valores distintos do PROPAR, o mau funcionamento das catracas e a falta de amparo que o setor de Recursos Humanos tem oferecido diante de todas essas situações. 

“Cada vez que a empresa nos apresenta um novo gerente de RH nós ficamos nos perguntando até que ponto esse profissional vai ter autoridade para realmente resolver os problemas enfrentados pelos trabalhadores, porque quando realmente precisamos deles eles dizem que devem se reportar para a unidade de São Paulo”, questionou.   

Presidente do Sindicato, Paulo Chitolina. Foto: Rafaela Amaral / STIMMMEC

Após assembleia AGCO recebe documento do Sindicato

Ainda no período da manhã desta terça-feira (11), os diretores sindicais foram até a empresa a fim de tentar novamente entregar o documento que foi criado pelo jurídico para a resolução do problema e, desta vez, ele foi recebido.

Fonte: STIMMMEC