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Escrito por

Rita Garrido

#Notícias | 14/07/2023

Trabalhadores participam de assembleia do Sindicato em frente à empresa na manhã desta sexta-feira (14). Foto: Rita Garrido / STIMMMEC

A manhã mais fria do ano até então foi marcada por uma grande assembleia junto aos trabalhadores e trabalhadoras da AGCO, em Canoas. Nesta sexta-feira (14), o Sindicato denunciou a manipulação nos números do PROPAR, programa de lucros e resultados da empresa, além de reforçar problemas que se arrastam dentro da metalúrgica, como a qualidade da alimentação ofertada no refeitório e o atendimento prestado no ambulatório médico.

O ato se estendeu até às 9h da manhã, com adesão quase que total dos trabalhadores e trabalhadoras de todos os setores. Sindicatos parceiros da luta, como o Sindipolo, Sindiconstrupolo e os Rodoviários de Canoas, também marcaram presença.

PROPAR  

Os dirigentes sindicais e a comissão que negociou o acordo do PROPAR alegam que a empresa tenta manipular o que foi acordado ao apresentar números que não condizem com a realidade do que foi produzido/trabalhado na primeira metade do ano. Às vésperas do pagamento do adiantamento, os indicadores de produção estão baixos, mesmo com a aumento na demanda no último período, e isso vem gerando insatisfação e incerteza entre os trabalhadores.

O vice-presidente do Sindicato, Silvio Bica, esclareceu que a produção nos meses de abril e maio, quando comparada com o primeiro trimestre do ano, quase dobrou. Neste período, segundo ele, a linha de produção ficou 5 dias paralisada por conta da falta de peças, fator que não pode afetar os números, uma vez que ficou acordado no programa o impedimento de qualquer reflexo nos índices quando não for causado diretamente pelos trabalhadores.

Silvio Bica, vice-presidente do Sindicato. Foto: Rita Garrido / STIMMMEC

André Battistello, dirigente sindical e integrante da comissão de negociações, afirmou na assembleia que a redução dos valores do PROPAR é uma estratégia da empresa. Segundo o diretor, no ano passado quem sofreu com essa redução foram os setores administrativos, e agora, a produção.

André Battistello, dirigente sindical e integrante da comissão de negociações do PROPAR. Foto: Rita Garrido / STIMMMEC

Paulo Chitolina, presidente do Sindicato, cobrou melhor postura da empresa, que deve rever o que vem sendo apresentado como resultado para o pagamento do adiantamento.

O secretário de relações institucionais do Sindipolo-RS, Gerson Cardoso, destacou em sua fala a importância da união dos trabalhadores parta enfrentar os problemas relatados na AGCO. “Nós não estamos aqui porque gostamos de passar frio. Estamos aqui porque precisamos. É pelo PROPAR e pela dignidade de vocês, que hoje demonstram a verdadeira consciência de classe ao participarem desta assembleia”.

Gerson Cardoso, diretor de relações institucionais do Sindipolo-RS. Foto: Rita Garrido / STIMMMEC

AMBULATÓRIO MÉDICO E REFEITÓRIO PERMANECEM NA PAUTA

A insatisfação com os médicos do trabalho na empresa não é novidade e de tempos em tempos novos relatos surgem para comprovar o descaso com a saúde dos trabalhadores e trabalhadoras da AGCO.

Na semana passada uma companheira da fábrica bateu a cabeça e foi mandada pra casa só com um curativo, sem o devido atendimento. Horas depois ainda estava com a cabeça sangrando”, relatou Battistello, que também destacou a omissão da AGCO na emissão das CATs. “É dever da empresa, e não do Sindicato, emitir a CAT e isso não vem ocorrendo como já denunciamos há tempos.”

Trabalhadores durante a assembleia desta manhã. Foto: Rita Garrido / STIMMMEC

A situação do refeitório, que no início do ano sofreu uma grave denúncia após servir lanches do larvas para os trabalhadores do serão, permanece sem avanços. Segundo relato dos trabalhadores, a qualidade dos alimentos não é uma constante. Nesta linha, durante o ato desta manhã Chitolina questionou a seletividade da empresa em seguir determinados padrões nacionais e outros não.

Quando tentamos solucionar o problema do refeitório e pedimos a troca da empresa terceirizada, fomos informados que ela atende todas as unidades da AGCO no país. Agora, porque a planta aqui de Canoas não paga vale-alimentação aos trabalhadores como as demais plantas? Por que só aqui pode ser fora do padrão?

 

EMPRESA QUER OS TRABALHADORES DIVIDIDOS

Próximo às 8h30 da manhã, um dos portões do estacionamento foi aberto para forçar a entrada daqueles que acompanhavam a assembleia. A atitude da empresa comprova a intenção de dividir os trabalhadores, fazendo de tudo para não deixar que escutem o Sindicato.

Tem duas divisões bem claras aqui na AGCO. Uma é entre os trabalhadores do chão de fábricas e o administrativo. E a outra é entre os trabalhadores com carteira assinada e os terceirizados. E ninguém ganha com essa divisão, que só enfraquece qualquer possibilidade de luta e rebaixa as condições salariais e para o trabalho dentro da empresa”, afirmou Chitolina.

Paulo Chitolina, presidente do Sindicato. Foto: Rita Garrido / STIMMMEC

Nesta linha, o presidente do Sindicato destacou que no próximo dia 10 de agosto será realizada uma assembleia de discussão e alteração do Estatuto, de forma a permitir a representação dos terceirizados.

Nós entendemos que todo trabalhador que entra no processo de produção deve ter os mesmos direitos, seja na participação nos lucros, no refeitório ou no ambulatório médico e no convênio médico. Por isso, todos aqui estão convidados para participar desta importante decisão”.

Fonte: STIMMMEC

Fontes:

Publicado em:14/07/2023

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