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#Destaques | 20/04/2016

Claudir Nespolo, presidente da CUT-RS / Foto: Rita Garrido / STIMMMEC

 

 

A aprovação da abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, durante votação no último domingo, dia 17, na Câmara dos Deputados, é analisada no artigo “E agora, trabalhador?”do presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, publicado na edição desta quarta-feira, dia 20, de Zero Hora, frisando os interesses por trás da pressão exercida por entidades empresariais, como a Fiesp. “O momento é de muita gravidade. A pauta subjacente do golpe coloca em risco os direitos sociais e trabalhistas e aponta para um governo ilegítimo e um avassalador retrocesso”, alerta.

 

 

Para Claudir, “a desfaçatez dos parlamentares do SIM é a mesma de grande parte das elites empresariais. Os que disseram SIM, na sua maioria, são os mesmos que dizem NÃO quando se trata de preservar ou ampliar direitos sociais, vide a terceirização sem limites, aprovada na Câmara e em tramitação no Senado”.

 

 

Conforme o texto, “’o pato da FIESP’ é obeso e glutão, exige em seu cardápio a fixação da idade mínima para aposentadoria, o aniquilamento da valorização do salário mínimo e a prevalência do negociado sobre o legislado, isto é, o trabalhador negociando diretamente com patrão, sem nenhuma mediação dos sindicatos”.

 

 

O presidente da CUT-RS destaca que “a população começa a perceber que a tão propagada ‘ponte para o futuro’ do PMDB e de Temer representa um salto ao passado neoliberal para fazer o trabalhador pagar o pato”. E Claudir avisa: “Resistiremos!”.

 

 

Leia a íntegra do artigo de Claudir Nespolo:

 

 

E agora, trabalhador?

 

 

A votação do impeachment escancarou a enorme fragilidade da Câmara Federal. Diante do espetáculo bufão de domingo, prevaleceu o sentimento de estupefação. Até mesmo os vitoriosos degustaram um sabor amargo. Os sorrisos cínicos do mestre de cerimônia e as dedicatórias dos senhores deputados se transformaram rapidamente em piadas e risos, revelando de forma hipocrática a histórica promiscuidade entre público e privado da política brasileira. Foi o triunfo da pechincha geral. A democracia vendida em clima de final de feira.

 

 

E agora, trabalhador? O que virá pela frente? A desfaçatez dos parlamentares do SIM é a mesma de grande parte das elites empresariais. Os que disseram SIM, na sua maioria, são os mesmos que dizem NÃO quando se trata de preservar ou ampliar direitos sociais, vide a terceirização sem limites, aprovada na Câmara e em tramitação no Senado.

 

 

De que se alimenta “o pato da FIESP”, símbolo da mobilização empresarial em torno do golpe? Como prato de entrada quer o ajuste fiscal e o fim da obrigatoriedade de gasto fixo para educação e saúde. “O pato da FIESP” é obeso e glutão, exige em seu cardápio a fixação da idade mínima para aposentadoria, o aniquilamento da valorização do salário mínimo e a prevalência do negociado sobre o legislado, isto é, o trabalhador negociando diretamente com patrão, sem nenhuma mediação dos sindicatos. Para os empresários que financiam o “pato da FIESP”, a CLT é um óbice para diminuir o intervalo de almoço, parcelar férias, não pagar hora extra e outros direitos que conquistamos em mais de 70 anos de lutas. Por isso, eles querem sepultá-la neste período de fragilidade econômica e democrática.

 

 

O momento é de muita gravidade. A pauta subjacente do golpe coloca em risco os direitos sociais e trabalhistas e aponta para um governo ilegítimo e um avassalador retrocesso. O golpe nessas condições interessa muito aos empresários, pois no livre jogo eleitoral e democrático o seu programa não teria chances de vitória. A população começa a perceber que a tão propagada “ponte para o futuro” do PMDB e de Temer representa um salto ao passado neoliberal para fazer o trabalhador pagar o pato. Resistiremos!

 

 

Claudir Nespolo
Presidente da CUT-RS

 

 

Fonte: CUT-RS

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Publicado em:20/04/2016

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