#Notícias | 19/06/2015
Alimentação Saudável foi tema de seminário da CUT-RS e é bandeira de luta da campanha salarial 2015 dos metalúrgicos
Dezenas de pessoas acompanharam na tarde dessa quinta-feira, 18, o seminário “Liberdade e Democracia só com Alimentação Saudável”, realizado no auditório da CUT-RS.
A diretora da CUT Regional Metropolitana, Regina Abrahão, salientou na abertura do evento que o objetivo é esclarecer e debater os malefícios da alimentação atual, com altos índices de alteração hormonal e genética, além de reforçar a necessidade de uma alimentação saudável.
Os riscos que a sociedade corre se o projeto que retira das embalagens dos produtos a identificação de Transgênicos for aprovado foi o tema do painel ministrado pelo professor e biólogo, Francisco Milanez. Explicando que os transgênicos surgiram na década de 70 e que são seres misturados com genes de espécies diferentes, o professor alertou para os perigos decorrentes disso para a população.
“Um ser humano, por exemplo, tem material genético 100% humano, no transgênico, alguns desses genes são rompidos para colocar informações de outras espécies. Agora quem será o mais saudável, o mais resistente?”, questionou Milanez.
Outro aspecto levantado por ele foi os interesses econômicos e políticos por trás da transgenia. “Os venenos são patenteados. Se um produtor sem saber, tem a sua plantação contaminada por veneno, ele tem que pagar royalties para a empresa dona do veneno.” De acordo com Milanez, há empresas que proíbem pesquisas cientificas sobre os alimentos transgênicos ou os venenos que produzem.
“A estimativa é que cada gaúcho consome cerca de 20 quilos de veneno por ano, há indícios que relacionam o aumento de câncer e autismo com os transgênicos, além de outras doenças como Parkinson e Alzheimer em pessoas cada vez mais jovens. E nós não temos nem o direito de saber disso. Infelizmente a ciência está controlada pela economia das multinacionais”, encerrou.
Após, a militante dos direitos humanos, Eliane Donato Castro falou sobre a Cultura Alimentar e a garantia do Direito Humano à Alimentação Adequada. Ela conceituou que segurança alimentar compreende o direito de todos ao acesso regular de alimentos, de qualidade e em quantidade suficiente para a sobrevivência.
“Na história da alimentação há pouca legislação o que permite que muitas vezes, consumimos alimentos modificados sem saber”, disse. No Brasil, a estimativa é que o uso dos transgênicos nos alimentos é de 70%. Eliane lembrou que o projeto de lei do deputado ruralista, Luiz Carlos Heinze (PP/RS), que dispensa a obrigatoriedade do símbolo da transgenia nos rótulos dos alimentos já foi aprovado na Câmara dos Deputados.
Ela ressaltou que cada vez mais o aspecto humano da alimentação é substituído pelo mercadológico. “A primeira relação de uma criança com sua mãe se dá através do alimento. E esse fator mais humano, mais prazeroso de se alimentar está esquecido”, acredita.
O secretário de Meio Ambiente da CUT-RS, Paulo Farias, avaliou o seminário como: “muito produtivo. O primeiro de uma série que iremos realizar, inclusive nas regionais.” No encerramento do seminário, foi formado o coletivo de meio ambiente da CUT-RS. A atividade foi transmitida ao vivo, pelo canal da CUT-RS, no You Tube.
Fonte: Renata Machado / CUT-RS