Após 15 dias, os diretores sindicais realizaram nova assembleia em frente à Midea, para dar os retornos das últimas negociações com a empresa, referente às reivindicações levantadas em assembleia no dia 30 de setembro. Entre os assuntos, se destacam a necessidade da criação de um plano de cargos e salários, o desconto indevido do plano de saúde em folha e a infestação de pombos que tem acontecido na fábrica. 

Nas últimas semanas, chegou ao conhecimento do Sindicato que a empresa estava descontando valores referentes à coparticipação em consultas médicas, diretamente no contracheque dos trabalhadores. Esta era uma prática que não ocorria e passou a ser realizada sem qualquer aviso prévio ou negociação com os representantes dos trabalhadores. Ao saber do ocorrido, os diretores sindicais questionaram a empresa e, com diálogo, resolveram a situação.

“É preciso que qualquer tipo de desconto seja informado com antecedência ao trabalhador, não pode acontecer como aconteceu. Após cobrarmos da empresa, ela informou que foi um equívoco, que os descontos estão suspensos e que os reembolsos serão feitos. As negociações sobre o assunto ainda devem ser retomadas”, informou o diretor sindical e funcionário da Midea, Cecílio Guterres. 

Cecílio Guterres, diretor sindical e funcionário da Midea

POUCO RECONHECIMENTO DOS TRABALHADORES MOTIVAM ASSEMBLEIAS

Não é de hoje que os trabalhadores e trabalhadoras da Midea Carrier percebem diferenças em seus salários, mesmo entre os funcionários que cumprem as mesmas funções. Pela percepção do Sindicato, isso ocorre pela falta de um plano bem definido de cargos e salários. “Esta é uma empresa de grande porte, multinacional, e falta uma regra definida sobre o aumento dos salários, temos observado que não existe um padrão, alguns trabalhadores recebem outros não. Por isso, após nossa última reunião, a empresa se comprometeu em apresentar um plano de cargos e salários para seus funcionários”, reforçou o presidente do Sindicato, Paulo Chitolina. 

Além disso, para Chitolina é preciso que as negociações sobre as reivindicações levantadas sejam feitas sempre de forma individual, levando em consideração cada pauta. “Quando sentamos em uma mesa de negociações com a empresa, precisamos discutir ponto a ponto de cada assunto e não pode existir essa cultura de negociar um benefício pelo outro”, frisou.

Paulo Chitolina, presidente do Sindicato

A falta de interesse da metalúrgica em negociar um vale alimentação para seus funcionários continua sendo pauta nas assembleias do Sindicato. “Esse é um assunto que temos discutido há pelo menos dois anos, já levantamos nas negociações da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e trouxemos para negociações individuais com a empresa. Os trabalhadores e trabalhadoras querem e merecem o benefício, até porque nossos salários também estão defasados e precisamos repor de alguma maneira”, disse Cecílio Guterres. 

INFESTAÇÃO DE POMBOS 

Desde a última assembleia, Sindicato e trabalhadores/as cobram da empresa uma solução para a infestação de pombos que tem acontecido na fábrica e, mesmo após 15 dias, o problema ainda não foi solucionado. “Entendemos que é uma questão delicada porque envolve também o cuidado com os animais, mas a empresa precisa buscar uma solução efetiva sobre a situação. Retirar os animais não tem resolvido, eles retornam e colocam a saúde dos funcionários em risco. Estamos acompanhando a situação e esperamos que uma solução seja apresentada em breve”, explicou Chitolina. 

Ainda essa semana os diretores sindicais devem se reunir com a empresa para discutir sobre o PAR, o programa de Participação de Lucros e Resultados da empresa, como explicou o diretor Cecílio: “Acreditamos que vamos bater a meta do PAR novamente este ano, o que prova o nosso valor para a empresa. Por isso, nesta reunião de sexta-feira também vamos cobrar a resolução das questões que ainda estão em aberto na fábrica.”

Fonte: STIMMMEC