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#Notícias | 21/06/2023

Plenária de organização e mobilização reuniu centenas de metalúrgicos no Sindicato em abril deste ano. Foto: Rita Garrido / STIMMMEC

Nos últimos anos, o cenário para a classe trabalhadora do Brasil esteve desfavorável, tanto em razão de crises nas áreas política, econômica e sanitária, quanto por conta do movimento de reformas e flexibilizações no Mundo do Trabalho (Lei da Terceirização, Reforma Trabalhista e Reforma da Previdência). Neste contexto, o aumento do número de trabalhadores com contratos precarizados, trabalhando lado a lado com quem ainda possui direitos garantidos e legítima representação sindical, se apresenta como uma realidade no dia a dia das metalúrgicas de Canoas e Nova Santa Rita, gerando entraves nas negociações e na forma como mobilizamos a base.

Em busca do “barateamento” da mão de obra e de fugir das responsabilidades trabalhistas, as empresas cada vez mais optam pelos novos formatos de contratação no processo produtivo e rebaixam a oferta salarial no campo da CLT (demissões x contratações mais baratas). Conscientes de que a representação sindical ainda se dá apenas aos trabalhadores celetistas e relutantes em abrir negociações para que o Sindicato possa buscar condições a todos e todas que atuam na base, os empresários insistem no discurso de crise, de incapacidade de ofertar reajustes maiores, utilizando como parâmetro apenas a realidade de uma parcela, que se reduz cada vez mais, dos trabalhadores. E aos terceiros e temporários, resta a nulidade de direitos, os salários rebaixados e a diferenciação de tratamento no cotidiano das empresas, que vai desde a negativa para o café até a não participação em lucros e resultados.

Portanto, mobilizar e atender uma categoria cada vez mais fragmentada tem sido o desafio do Sindicato. Em uma Campanha Salarial, paralisações e, se necessário greves, são sem dúvida um caminho para destrancar uma mesa de negociações sem avanços. Porém, uma categoria dividida e atuando com diferentes condições de trabalho, está apta a correr os riscos? Há disposição, entendimento e solidariedade para travar uma luta coletiva? São estas questões que devem ser avaliadas e discutidas no próximo período, para que possamos estar fortalecidos e preparados para a Campanha de 2024.

Fonte: STIMMMEC

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Publicado em:21/06/2023

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