#Destaques | 08/01/2021
Em 2020, os trabalhadores e trabalhadoras do país foram pegos de surpresa com a rápida expansão do Coronavírus em todos os estados. Muitas atividades de trabalho foram impactadas, assim como a rotina fora do ambiente de trabalho. Na região sul, as entidades de representação CUTistas trabalharam para amenizar os impactos e encontrar saídas e garantias para preservação dos empregos e da renda na categoria, bem como, dialogaram com o poder público com atenção voltada à vida dos trabalhadores.
Neste ano, que inicia sem previsão de vacinação em massa e com o encerramento de programas do governo que auxiliaram no enfrentamento à pandemia, o cenário que se desenha para a classe trabalhadora é ainda mais difícil. Por isso, organizar grandes lutas e uma rede de solidariedade junto aos trabalhadores é tarefa imprescindível para atravessar este momento.
Base solidária e fortalecida nas pautas
Junto aos metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita, o Sindicato prevê o fortalecimento da campanha nacional promovida pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) que pede a vacinação imediada de todos e todas no país. “A retomada da economia e da geração de empregos depende da vacinação. Por isso esta é a pauta que abre o nosso ano de lutas e que deve ser compreendida por todos”, destaca o presidente Paulo Chitolina.
Em comunicado emitido nesta sexta-feira (08), a CUT Nacional lamentou os mais de 200 mil óbitos de brasileiros e brasileiras por conta da COVID-19. Na nota, a Central fortaleceu seu compromisso com a saúde dos trabalhadores e a necessidade de continuar pressionando a ala política pela liberação de um plano de vacinação amplo e gratuito. “Para acabar com tanto sofrimento é extremamente necessário que seja disponibilizado vacinas para toda população e cobraremos do governo federal a compra de vacinas e insumos necessários (seringas e agulhas) e a operacionalização do plano de vacinação contra a Covid-19”, menciona o documento.
Na mesma linha da CUT, o Sindicato deve nos próximos dias buscar informações sobre os planos de vacinação nos municípios. Neste sentido, a entidade se coloca à disposição do Poder Público para que sejam utilizadas as instalações da sede em um momento de vacinação em massa na comunidade.
“Nós temos uma história de muitas parcerias porque compreendemos que o Sindicato é um instrumento de atuação social, que tem responsabilidade com todo o município. Assim, em meio à pandemia, não será diferente e nós estamos prontos para abrigar campanhas ou ações mais amplas”, destaca o presidente.
Também na pauta da entidade estão previstas campanhas solidárias para os trabalhadores desempregados, tais como o recolhimento de agasalhos para a temporada de frio e alimentos para fazer cestas básicas. “A efetividade destas campanhas irá depender muito do poder de união da categoria. Acreditamos que com os acontecimentos dos últimos anos, os trabalhadores tenham percebido que o individualismo não gera conquistas. Assim, envolver a categoria nestas iniciativas será um passo importante para ajudar quem precisa e também recuperar o espírito de classe”, afirma Chitolina.
Trabalho político para garantir os empregos
Além de ações em conjunto com os trabalhadores, o Sindicato prevê reforçar o diálogo político, visando maior participação na elaboração de políticas públicas voltadas à indústria. Como ponto de partida, a entidade tem apoiado a luta pela manutenção do auxílio emergencial de R$ 600,00 para os trabalhadores desempregados, questão discutida pelo Fórum das Centrais na última quarta-feira (06).
Em documento, o grupo, compostos pelas principais centrais sindicais do país, ressaltou que “o fim dos auxílios emergencial e de proteção dos salários e emprego, a partir de janeiro, serão dramáticos para milhões de trabalhadores e trabalhadoras e suas famílias, com o aumento da pobreza e da miséria”. Neste sentido, foi convocada uma unidade sindical em torno de uma ampla agenda, para “o fortalecimento da luta dos trabalhadores desde os sindicatos e para um movimento de inovação que recoloque a centralidade do mundo do trabalho na formulação de um novo projeto nacional de desenvolvimento”, diz trecho final do documento.
O Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita integrará as lutas estabelecidas pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) – tanto a agenda Estadual quanto a Nacional – mas também buscará construir iniciativas junto às prefeituras da base, tais como um auxílio emergencial municipal, frentes de trabalho e programas de qualificação profissional para os desempregados. Junto a isso, buscará fortalecer as negociações coletivas na base, sendo estas um instrumento fundamental para o diálogo nas relações de trabalho e o avanço na retomada da economia local.
“As negociações coletivas que realizamos em 2020 foram fundamentais para o não aprofundamento da crise em nossa base. Para este ano, apostaremos em um diálogo que seja construtivo, que continue priorizando a saúde e a vida dos trabalhadores, mas que também os valorize enquanto atores indispensáveis no mundo do trabalho. Estar junto com o Sindicato nesta luta será decisivo para a retomada em 2021”, aponta Chitolina.
Fonte: STIMMMEC