#Notícias | 14/07/2020
A Campanha Salarial 2020 dos metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita deve ser retomada no próximo mês. Nos próximos dias, a pauta de reivindicações deve ser encaminhada à patronal e o Sindicato já trabalha para retomar o diálogo e negociar o reajuste dos trabalhadores, assim como outras cláusulas econômicas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Prevista para ocorrer no mês de maio, data-base da categoria, neste ano a negociação foi adiada devido à pandemia da COVID-19, a pedido do SIMECAN (sindicato das empresas). A pauta de reivindicações busca a recuperação das perdas salariais, incluindo o INPC (2,46% medido de 30 de abril de 2019 a 01 de maio de 2020). Ainda, irá pedir o mesmo percentual de reajuste no piso da categoria, hoje fixado em R$ 1.394,00, e no salário do menor aprendiz. As cláusulas sociais da CCT estão convencionadas até abril de 2021, portanto, permanecem vigentes durante este período.
Outras discussões que devem ser levantada nas negociações dizem respeito ao pagamento do Quinquênio, ao Auxílio Escolar e ao desconto da Taxa Negocial. O primeiro se encontra suspenso em muitas empresas da base por uma divergência na interpretação do texto contido na Convenção Coletiva de Trabalho, o que vem penalizando os trabalhadores que têm direito. Já o Auxílio Escolar terá que ser ajustado devido à suspensão das aulas presenciais. A cláusula contida na CCT exige a apresentação de um atestado de frequências nas aulas para a concessão do benefício, no entanto, a pandemia da COVD-19 tem exigido aulas no modelo EAD.
O último ponto trata da Taxa Negocial, descontada de toda a categoria para custear as negociações coletivas. O desconto é amparado pela Constituição Federal, que prevê obrigação do Sindicato em representar todos os trabalhadores/as nas negociações de reajuste para a categoria, independente de serem associados ou não. Assim, é do entendimento da entidade que deve haver discussão é manutenção do desconto, como uma forma mais justa de dividir os custos e garantir benefícios a todos os metalúrgicos é metalúrgicas.
Reflexos da pandemia
Nos últimos meses o Sindicato negociou vários acordos e acompanhou de perto a situação dos metalúrgicos/as frente às aplicações das medidas de redução de jornadas e salários, assim como as suspensões dos contratos de trabalho. Paulo Chitolina, presidente da entidade, destaca que nas negociações da campanha o Sindicato irá pedir atenção para os reflexos da aplicação das medidas nos trabalhadores. “O governo editou medidas para ajudar as empresas, principalmente as grandes empresas. Foi uma estratégia econômica, que penalizou os trabalhadores com redução na renda e impactos no bem estar. Por isso, nós temos que pensar conjuntamente a retomada do trabalho, empenhados na preservação da vida, da saúde e de melhor condições nas fábricas, além da necessária valorização dos ganhos econômicos.”
Desde o início a crise do Coronavírus, a entidade trabalhou para fiscalizar e garantir a
proteção dos metalúrgicos, principalmente nas
pequenas empresas. Para isso, elaborou um documento em conjunto com as secretarias de saúde de Canoas e de Nova Santa Rita com orientações de prevenção ao COVID-19 no ambiente de trabalho. Também, trabalhou na confecção de máscaras de pano, que foram distribuídas aos trabalhadores das empresas de menor porte, assim como esteve atento às denúncias de falta de fornecimento de EPI’s e qualquer outra irregularidade nos ambientes de trabalho da base.
Fonte: STIMMMEC