#Notícias | 04/03/2020
A direção da CUT-RS promoveu, na manhã desta terça-feira (3), uma reunião ampliada com a participação de dirigentes de federações e sindicatos estaduais, no auditório do Sindipolo-RS, em Porto Alegre. O objetivo foi reforçar a jornada unitária de luta das mulheres, entre 8 e 14 de março, e organizar a mobilização das centrais sindicais e movimentos sociais no 18 de março, Dia Nacional de Lutas, Protestos e Paralisações em Defesa da Educação, dos Serviços Públicos, dos Empregos, dos Direitos e da Democracia.
Após debates, foi aprovada a realização de uma plenária de mobilização da CUT-RS na próxima terça-feira (10) para intensificar as manifestações do dia 18 de março. Em Porto Alegre, haverá um ato das centrais e movimentos sociais, às 18h, na Esquina Democrática, seguido de caminhada pelas ruas do centro da cidade.
As Regionais da CUT-RS projetam manifestações em várias cidades do interior gaúcho, como São Leopoldo, Caxias do Sul, Pelotas, Santa Maria, Passo Fundo, Erechim e Venâncio Aires, dentre outras.
Combater os desmandos de Bolsonaro
“O governo Bolsonaro quer passar uma reforma administrativa que acaba com os direitos dos servidores e destrói o serviço público. Como se isso não bastasse, quer aprovar a todo custo a MP 905, da carteira verde e amarela, que reduz direitos para jovens, libera o trabalho sem hora extra aos domingos, taxa os desempregados e beneficia os empresários com redução de impostos e FGTS. O povo quer emprego decente, com direitos e dignidade”, afirmou o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci.
Ele destacou também a importância da mobilização em defesa da democracia. “Não podemos permitir o golpe dentro do golpe que Bolsonoro está tramando. Não são à toa os ataques ao Congresso e ao STF, a militarização do governo, o desmonte das políticas públicas e a retirada de direitos da classe trabalhadora”, explica Amarildo. “Só é possível conquistar avanços na democracia”, salientou Amarildo.
“Queremos estimular reuniões nos locais de trabalho, nas escolas, universidades e nas portas de fábrica, com o intuito de dialogar com os trabalhadores e as trabalhadoras, visando ampliar a participação no 18 de março. Vamos responder nas ruas ao Bolsonaro e ao ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes. Os verdadeiros parasitas são eles”, disse a secretária-geral da CUT-RS, Vitalina Gonçalves.
Pimenta alerta para velocidade de tramitação da MP 905
No início da reunião, o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) alertou pela internet sobre a velocidade de tramitação da MP 905 e cujo parecer do relator, deputado Christino Áureo (PP-RJ), poderá ser votado nesta quarta-feira (4) na Comissão Mista do Congresso Nacional.
“A MP 905 permite que os trabalhadores sejam contratados com menos custos trabalhistas para o empresariado. O está por trás disso é o fim do registro profissional de dezenas de categorias e o aumento da jornada de trabalho dos bancários, que com a aprovação do texto passam a trabalhar oito horas nos dias de semana e também aos sábados, dentre outros retrocessos”, disse o parlamentar, que garantiu enfrentamento da proposta na Câmara.
A validade da MP 905 foi prorrogada por mais 60 dias nesta terça pelo presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Pela vida das mulheres
A secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-RS, Ana Cruz, ressaltou a importância da participação das entidades sindicais na jornada de luta alusiva ao Dia Internacional da Mulher. Em Porto Alegre, haverá panfletagem no domingo, 8 de março, das 10h às 13h, junto aos blocos de carnaval, na Orla do Guaíba.
Na segunda-feira (9), às 17h, acontecerá a concentração no Largo Glênio Peres para a Marcha das Mulheres, que irá tomar as ruas do centro da Capital, “pela vida das mulheres e contra a destruição das políticas públicas”.
“Vamos chamar as mulheres e os homens que queiram se unir a nós para defender o direito à vida das mulheres. O Rio Grande do Sul é o estado gaúcho com o maior número de feminicídios em todo o país. Aqui, três mulheres morrem por dia”, denunciou.
Segundo Ana, “temos de reverter esse quadro e dar um basta não apenas à violência física e psicológica, mas com a estrutural, aquela cometida pelo Estado contra a gente. Temos de denunciar o abandono de políticas públicas de atenção à saúde e mostrar que, com o desmonte do SUS e o congelamento dos investimentos públicos, é a mulher da periferia quem mais será prejudicada”.
Quem mandou matar Marielle?
Haverá ainda mobilização no dia 14 de março, quando fará dois anos do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSol) e do seu motorista Anderson Gomes. Dois suspeitos ligados a milícias do Rio de Janeiro foram presos, mas os mandantes não foram apontados até hoje e permanecem impunes.
Fonte: CUT-RS