#Notícias | 25/09/2019
Em ato das centrais sindicais e movimentos sociais contra a reforma da Previdência, realizado na última terça-feira (24), na Esquina Democrática de Porto Alegre, o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, confrontou o patriotismo, tão propagandeado pelo presidente de extrema direita Jair Bolsonaro (PSL), com as políticas de retirada de direitos e de entrega de empresas públicas do seu governo.
Nespolo destacou uma faixa da juventude, onde estava escrito “defender a pátria é educar o Brasil”. Ele disse que tinha dificuldade “em entender como é que essa gente que está governando o Brasil fala em patriota e se veste com as cores da bandeira nacional”.
Para o dirigente sindical, “esse pessoal e a sua maioria no Congresso passaram muito longe da pátria e de qualquer significado de país porque eles expressam no dia-a-dia um espírito vira-latas e lambe-botas, como se viu hoje no discurso do Bolsonaro na ONU”. Segundo ele, “foi um comportamento deplorável de alguém que está de bunda para o Brasil e de joelhos para os interesses norte-americanos”.
Que patriotas são esses?
“Como falar em patriotas, se a agenda deles é vender todas as empresas públicas, como os Correios, a Trensurb, o pré-sal e a Petrobras. Esse pessoal passou longe de qualquer conversa a respeito de soberania nacional”, denunciou Nespolo.
“Como falar em patriotas, se eles estão destruindo a Previdência Social”, questionou. Ele frisou que a votação em primeiro turno da reforma no Senado, que seria nesta terça-feira, havia sido adiada para esta quarta-feira (25), mas foi depois transferida para a próxima terça-feira (1º). “Não está fácil para aprovar porque deve ter faltado dinheiro para comprar a maioria daquelas bancadas que se movem pelo que tem de pior na política”.
“Como falar em patriotas, se mentiram ao povo brasileiro, dizendo que, se fizesse uma reforma trabalhista, iria ter milhões de empregos. Diziam que era para modernizar as leis trabalhistas e a juventude hoje para poder trabalhar está pedalando de bicicleta, entregando lanches, com contrato intermitente, sem jornada, sem salário fixo, um emprego desprotegido e não terá aposentadoria”, criticou.
Ciclo ruim não dura para sempre
O presidente da CUT-RS ressaltou que “somos nós que defendemos o Brasil”, enfatizando que “ciclo ruim não dura para sempre e ciclo bom também passa. Essa gente vai ter que prestar contas para a história”.
“O Paim está firme com os trabalhadores no Senado e votando contra as reformas que retiram direitos. Mas o Rio Grande têm ainda o Heinze e o Lasier, que na campanha diziam que iriam fazer o bem para as pessoas, mas estão lá fazendo o mal e votando contra os trabalhadores e a favor do capital, do grande empresariado e do interesse dos estrangeiros”, disparou Nespolo.
Fora Bolsonaro
“A CUT, as centrais e os movimentos sociais não têm dúvida: é fora Bolsonaro e a luta continua até derrubar essa gente e colocar o Brasil nos trilhos”, concluiu.
Houve também manifestações de dirigentes da CTB, Intersindical, CGTB e CSP-Conlutas, da deputada estadual Sofia Cavedon (PT) e de representantes do PCdoB, do PCO e de vários sindicatos e movimentos sociais, durante o ato que reuniu centenas de trabalhadores e estudantes, fortalecendo a luta contra a reforma da Previdência, por aposentadoria, emprego e direitos, contra os cortes na educação e as privatizações, e em defesa da Amazônia e da soberania nacional. Teve ainda gritos de “Lula livre”.
Unificar as lutas
Um representante do comitê de combate à megamineração de carvão Mina Guaíba denunciou o impacto ambiental para a região metropolitana de Porto Alegre e convidou os presentes para que participem da audiência pública que será realizada no próximo dia 30, às 18h, no Teatro Dante Barone da Assembleia Legislativa.
Assista à transmissão da CUT
Reportagem: Marcus Perez – CUT-RS