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#Notícias | 24/09/2019

 

Dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita estiveram em frente à Maxiforja, na manhã desta terça-feira (24), para distribuir a última edição do jornal produzido pela entidade e realizar uma assembleia com os funcionários. Dentre as preocupações reveladas na atividade, destacou-se mais uma vez a falta de preparo da empresa para lidar com a saúde dos trabalhadores(as).

 

Antonio Munari, secretário de Organização e Política Sindical, criticou a atuação de alguns profissionais do departamento médico da Maxiforja que, mesmo diagnosticando doença, encaminha o funcionário ao departamento pessoal e, consequentemente, resulta em sua demissão. “Médico que não ajuda a tratar, ajuda a matar. Os trabalhadores estão denunciando essa situação há um bom tempo e todos demonstram insatisfação dentro da fábrica”, alertou.

 

 

Aproveitando o gancho da Reforma da Previdência, que seria votada a partir de hoje no Senado, Munari relembrou a dificuldade da empresa em emitir a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT). A sonegação destas informações à Previdência Social impossibilita o afastamento dos trabalhadores e o tratamento das doenças ocupacionais quando ocorrem. “Quem se sentir lesado deve procurar os nossos dirigentes e, caso não haja outra alternativa, cobrar judicialmente indenizações por danos morais, perda de força física e pensão vitalícia”, disse.

 

Gilmar Kenne, dirigente do Sindicato, exemplificou as atitudes de má fé da Maxiforja para com os metalúrgicos. Segundo ele, quando ocorre uma lesão por esforço repetitivo, por exemplo, a empresa faz a avaliação no local de trabalho com o maquinário desligado enquanto deveria analisar a postura do trabalhador em atividade. “Eles subestimam a nossa capacidade enquanto dirigente sindical e membro da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes). Nós queremos que os trabalhadores voltem a ser respeitados”, afirmou.

 

 

O dirigente também chamou a atenção dos representantes da Maxiforja para a alternância no cardápio do refeitório que, segundo ele, tem repetido o mesmo prato a semana inteira. Mas, além disso, outros aspectos determinantes no dia a dia dos forjadores foram citados como a cobrança indevida dos líderes para que a produtividade aumente e a falta de um plano de carreira dentro da fábrica. “Essa falta de apoio aos trabalhadores os desmotiva e afeta a qualidade do produto final. É nosso dever cobrar dos gestores uma postura correta”, revelou.

 

Para encerrar, o presidente do Sindicato Paulo Chitolina alertou os trabalhadores para a rotatividade que ocorre dentro das metalúrgicas da base, visto a grande quantidade de trabalhadores novos na Maxiforja. A reforma trabalhista, em vigor desde novembro de 2017, concedeu às empresas a chance de negociar individualmente as condições de trabalho com cada funcionário. “Precisamos sempre estar abertos para o debate, seja na fábrica ou no sindicato. Nossa ferramenta de luta é a união dos trabalhadores. Precisamos garantir novas conquistas e a manutenção dos nossos direitos coletivamente”, concluiu.

 

 

Confira abaixo a transmissão ao vivo da assembleia

 

 

 

Reportagem: Matheus Leandro – STIMMMEC

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Publicado em:24/09/2019

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