#Destaques | 11/04/2019
O Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita recebe essa semana o goleiro de futsal Fábio Fiuza. Ele fará a sua Primeira Clínica Fiuza em Canoas, neste sábado (13), a partir das 9h da manhã, em parceria com a equipe organizadora chefiada por Elton Scherer (o Faustão). Todos(as) os(as) interessados(as) em aprender sobre esse esporte em ascensão e receber a experiência compartilhada pelo atleta, hoje com 32 anos e jogando no Japão, estão convidados a comparecerem.
Fábio Fiuza é canoense e iniciou sua trajetória no futebol de salão nas categorias de base do Internacional, em 1999. Durante três anos, passou brevemente pelo futebol de campo, desta vez no Grêmio. Mas logo decidiu voltar para as disputas em quadra e subiu para o profissional na Ulbra, onde ficou cerca de quatro anos e recebeu proposta para jogar fora do Rio Grande do Sul. Em outros estados brasileiros, defendeu diversas equipes e, através do reconhecimento de seu talento, foi jogar na Europa e na Ásia.
Como personagem do nosso município e idealizador da Primeira Clínica em Canoas, Fiuza é nosso entrevistado de hoje. Confira abaixo a íntegra da conversa.
Sindicato: Hoje tu tens 32 anos e uma série de passagens em diversos clubes, como você resumiria a sua carreira como goleiro profissional de futebol de salão?
Fábio Fiuza: Graças a Deus, passei por grande parte do Brasil e fora também. Comecei jogando no Inter em 1999, tive uma passagem de mais ou menos três anos pelo Grêmio, depois acabei voltando pro futsal e fui pra Ulbra. Fiquei lá quase quatro anos. Depois, fui pra São Paulo, no Ulbra Suzano; pra Minas Gerais; pra Romênia, onde joguei em dois clubes. Voltei ao Rio Grande do Sul para jogar na Assaf; fui para o Paraná defender o Cascavel e em seguida o Cresol/Marreco. E de lá, acabei indo pro Shonan Bellmare no Japão, onde estou até hoje.
De que forma começou a tua relação com o Sindicato e por que escolheste usar a estrutura daqui para ficar essa semana e realizar o projeto da Primeira Clínica Fiuza em Canoas?
O Faustão é um grande amigo meu desde que eu era criança. Então, sempre que estou de férias ou passo por Canoas, tento jogar com os meus amigos aqui no Sindicato. Antigamente, participei dos torneios de preparação nas minhas férias e ele é um amigo de longa data. Sempre quando tenho alguma oportunidade, eu apareço aqui.
Como jogador de futsal, qual é a tua avaliação no dia a dia na mídia brasileira, que concentra a maior parte do tempo esportivo noticiando questões referentes ao futebol tradicional de campo?
Na minha opinião, o futsal brasileiro está crescendo cada vez mais, muitos canais estão transmitindo os jogos, como o SporTV. Nas redes sociais também cada vez mais se fala em futsal, no Facebook, Instagram, Twitter, em inúmeras redes sociais. O principal problema é a falta das transmissões em canais abertos. A hora que tivermos mais divulgação para todas as pessoas sobre o futsal, todo mundo vai gostar, porque esse esporte ajuda muita gente. Famílias, pessoas, os jogadores que têm filhos e, sem dúvidas, não é só o atleta, são famílias que o futsal ajuda.
Tu falaste agora em família. Qual foi a influência da tua família durante toda a carreira profissional? Como tu lidas com a questão da distância deles?
A minha família sempre me ajudou bastante. Graças a Deus, sempre tive uma base muito boa. Minha mãe, meu irmão, minha irmã, minha família no geral, meus tios sempre me ajudaram bastante. E graças a Deus não tenho nada a reclamar, sempre me apoiaram bastante. Antigamente quando eu era solteiro era mais difícil ficar tão longe deles. Hoje em dia estou casado há três anos praticamente, construí uma nova família com minha esposa, meu filho.
Hoje, tu estás há três anos no Japão. Em 2016, houve o convite para jogar no Shonan Bellmare. Como ocorreu a tua adaptação e de que forma tu sentes que é um cidadão japonês hoje?
A minha adaptação lá foi muito boa porque no Japão, o país é sensacional. Quando cheguei lá, achei que eu ia sentir um pouco. Mas eles têm uns tradutores. Têm alguns jogadores que falam um pouco de português e sempre me ajudaram muito, me apoiaram muito. E, graças a Deus, está tudo ocorrendo bem. Estou lá há três temporadas e pretendo ficar bastante tempo ainda.
Taticamente, existe uma grande diferença entre o futebol japonês e o futebol brasileiro?
Entre o futebol brasileiro e o futebol japonês existe um pouco de diferença. Só que o que eu mais vejo de diferença é que lá é um povo muito educado, eles têm essa educação até jogando. A torcida adversária não te xinga, a tua própria torcida não te xinga, eles vão lá só pra torcer. E quem joga melhor vence as partidas. Aqui no Brasil rola muita pressão com torcida, o que é legal também. Só que lá é outro costume. Tem muita diferença nessa parte.
Seleção brasileira ainda é um desejo não concretizado na tua carreira, tu achas que tens condições de representar o Brasil?
Então, hoje em dia eu não sei se penso em representar o Brasil ou representar o Japão quem sabe daqui a um tempo. Porque minha esposa é japonesa, meu filho tem dupla cidadania. Não sei. Vamos ver o que Deus aguada pra nós, mas nunca podemos fechar as portas também, nunca sabemos o dia de amanhã.
Quais são os goleiros de futsal que tu mais admiras e o que falta na tua carreira pra chegar no mesmo patamar deles?
Sou um grande fã do Lavoisier. Ele mesmo não tendo a mesma estatura que eu e sendo um pouco menor, eu sempre fui muito fã dele. Joguei com ele na Ulbra, sempre gostei muito dele. Tento acompanhar ele o máximo possível e sou feliz porque somos grandes amigos. Isso me deixa feliz.
Como natural de Canoas, tu achas que hoje os meninos que se interessem em jogar futsal sentem falta de um time de referência na cidade?
Com certeza. Não só os meninos, acho que o povo canoense sente falta de um clube pra jogar estaduais, jogar a liga nacional. Mas graças a Deus aqui tem bastante escolinhas que apoiam as crianças. Agora veio pra cá a escolinha do Falcão, que usa Falcão 12, uma escolinha muito boa também.
Então agora tu tens o espaço aqui pra convidar todo mundo pra sábado, explicar o que vai acontecer.
Quero convidar a todos a virem prestigiar. Eu vou fazer a primeira clínica aqui em Canoas, a Clínica Fiuza. Às 9h aqui no Sindicato dos Metalúrgicos. No Japão eu estou acostumado a fazer essas clínicas e, por isso, eu tive essa ideia. Porque é uma clínica muito bacana, onde se pode interagir com as pessoas, com os goleiros. Com certeza eu vou tentar dar o máximo possível de detalhes para tentar ajudar e eu fico feliz porque são pessoas que eu não tenho contato durante o ano inteiro porque estou longe e vou poder ter um pouco de contato.
Reportagem: Matheus Leandro – STIMMMEC